Acabou em confusão a Sessão da manhã de hoje (12) da Câmara de Vereadores do município de Rafael Jambeiro, onde os vereadores, por 6 votos a 3, aprovaram as contas do exercício financeiro de 2008 de responsabilidade do ex-prefeito Joeldeval do Carmo, que deixou um rombo de mais de R$ 4 milhões na Prefeitura do município, em recursos desviados ou não comprovados, além de emissão de cheques sem fundos, desvio do Fundeb, licitação fraudulenta e notas fiscais frias. As contas tinham sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), por meio do parecer técnico do conselheiro relator Raimundo Moreira. Entretanto, coube ao colegiado do Poder Legislativo Municipal a palavra final.
Na tribuna da Casa Legislativa, a atual prefeita do município, Cibele Oliveira de Carvalho, falou que se a “Operação Carcará” fosse deflagrada em 2008 com certeza a Polícia Federal estaria em Rafael Jambeiro. “O prefeito foi um dos que compravam da companhia Sustare”, dispara a prefeita.
Uma parte significativa da população de Rafael Jambeiro lotou o auditório da Câmara de Vereadores para gravar o nome dos vereadores que tiveram a coragem de votar favoráveis às contas do exercício financeiro de 2008. Os vereadores Maria do Carmo Fraga de Santana, Altamiro Francisco de Oliveira e Aloisio Leite Lima votaram contra a aprovação das contas do ex-gestor Joeldeval do Carmo e os vereadores Almir da Silva Oliveira, Edvaldo Dias de Oliveira, João Barbosa de Santana, Ivanildo Carmo Serra, Elivar Costa Trindade e Gersonito Serra Santana votaram a favor.
No final da votação, a população revoltada com a aprovação irresponsável do órgão legislador, que tomou uma decisão meramente política, promoveu um verdadeiro quebra-quebra na Câmara, que precisou da intervenção da Polícia Militar para acalmar os ânimos dos mais exaltados que gritavam palavras de ordem durante o final da sessão.
Com a aprovação das contas de Joeldeval do Carmo, a sociedade jambeirense botou na listra negra os seis vereadores que demonstraram não ter compromissos com a aplicação dos recursos do município, indo de encontro ao real papel do Poder Legislativo Municipal, que é o de fiscalizar a aplicação do erário público.
No tumulto, um dos seis edis que votaram contra, o vereador Gersonito Serra, foi o que mais atraiu a ira do povo, ficando trancado numa sala enquanto a Polícia de forma providencial e ordeira tentava acalmar a multidão. “Cadê o orelhudo, nós queremos ele”, gritava um dos mais exaltados.
Deninha Fernandes
Matéria completa na Edição 120 do Jornal da Chapada.