Familiares e amigos de João Marcus Afonso dos Santos, conhecido Afonsinho de Totô, 29 anos, realizaram uma carreata, seguida de passeata que saiu da Praça Monsenhor Berenguer, passando pela Avenida Luiz Eduardo Magalhães, Rua Teixeira de Freitas, onde está localizada a agência do BRADESCO e depois de uma pequena parada, seguiram a Praça da Igreja, onde houve uma manifestação. Segundo Agmar Raimundo de Souza, um dos coordenadores do movimento, Afonsinho é uma pessoa idônea e honesta que dedicou sua vida a serviço do BRADESCO e esta prisão dele deixou as pessoas de bem indignadas. “Vou todos os dias a Cansanção e ele esta apreensivo, porém acreditando na justiça”, falou Agmar, mostrando uma abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas de pessoas da comunidade de Monte Santo atestando a boa conduta do bancário.
Afonsinho foi preso por agentes da polícia civil na quinta-feira (08) acusado de ter participado do assalto ao Posto do Bradesco instalado no prédio da Prefeitura que aconteceu na terça-feira (30/11) e de seria o informante dos movimentos bancários, facilitando assim a ação do bando. Seu nome surgiu na história, após a prisão de Agapito da Silva Brito, o “Gapia”, Marinalva Salvador da Silva, a “Nalva” e Gerônimo Dias de Oliveira, todos residentes em um povoado de Monte Santo.
“Como pode alguém ser preso só porque teve o nome citado por um ladrão”, questionava a funcionária pública Ana Andrade de Oliveira, 25 anos. Ela que reside no distrito de Pedra Vermelha chegou cedo a Monte Santo e viu diversas faixas que foram fixadas em todos os acessos ao centro da cidade e logo notou que havia uma grande mobilização a favor do bancário João Marcos Afonso dos Santos. Faixas, cartazes e pintura nos parabrisas dos carros com o nome do acusado “Afonsinho inocente” estava por toda a parte.
Mãe de uma menina de quatro anos e grávida de cinco meses, Tayná Rubiele de Souza Almeida Santos, esposa de Afonsinho, esteve no fórum da cidade de Monte Santo acompanhada dos pais do bancário e dois advogados criminalistas com a finalidade de conversar com o juiz Vitor Manoel Sabino Xavier Bizerra sobre a prisão do marido. Segundo ela, no dia do assalto Afonsinho passou a maior parte do tempo no fórum, onde foi prestar depoimento sobre a acusação de crime eleitoral. “Ele ficou no Posto Bancário até ás 09h e depois foi pro fórum, permanecendo até ás 13h”, contou Tayná.
Para Antonio Fernando Afonso do Santos, conhecido por Totô, ex-vereador e pai do bancário, a acusação que seu filho esta sendo vitima é totalmente infundada e sem lógica. Ao falar para o CN, ele disse que o banco já sabia que este assalto estava para acontecer e não tomou as medidas necessárias. Ele cita, por exemplo, a presença de uma mulher estranha durante todo dia na agência usando o celular e teria citado a expressão que tinha alguém “no banco” dando informações.
De acordo com Totô, o filho teria solicitado de um colega bancário que chamasse a polícia para acompanhar eles da agência localizada na Rua Teixeira de Freitas até o posto da Prefeitura com o dinheiro que iria abastecer o quechê e isto não aconteceu. “No momento que eles estavam colocando o dinheiro nas máquinas, os assaltantes quebraram a porta de vidro e perguntaram pelo dinheiro que estavam nos caixas, entretanto as cédulas estavam em um envelope. Portanto em momento algum é registrado um atitude do meu filho que caracterizasse facilidade”, contou Totô. Depois do assalto, Afonsinho passou mal com problemas de pressão arterial e ficou internado no hospital municipal.
Bastante revoltado, Totô repetiu diversas vezes para equipe do CN que o serviço de inteligência do Banco sabia do assalto, pois tinha avisado a todos os funcionários e “não fizeram nada para evitar”, questionou e ao mesmo tempo informou que ficou sabendo sobre o depoimento de um dos assaltantes, o Darlan teria dito tinha “ fazer o banco”(assalto) e como não deu certo, “fez o posto da prefeitura”.
Religioso, membro da irmandade do Sagrado Coração de Jesus da Igreja Católica e está no BRADESCO há sete anos e segundo, a esposa Tayná, recentemente recebeu promoção da instituição e seis meses esta trabalhando do Posto Bancária instalado para atender em especial os funcionários da Prefeitura e não efetua transição com dinheiro e o assalto foi exatamente no momento de abastecer o caixa de autoatendimento bancário.
Segundo o juiz Vitor Manoel, o processo esta em fase de inquérito e 14 pessoas estão custodiados e não significa que vão permanecer presas até o fim do processo, pois depende das provas que as autoridades polícias possam encontrar sobre o envolvimento de cada um deles. Ele confirmou que o serviço de inteligência da policia civil tinha conhecimento do assalto e a resposta foi muito rápida.
Quando a manifestação, o magistrado informou que é válida em qualquer aspecto e muitas vezes a população se manifesta movida pelo sentimento e não sabem o que está acontecendo, pois estas informações são da polícia, do Ministério Público e do Magistrado. “Não trabalhamos com base nas manifestações e nos sentimentos. Trabalhamos no cumprimento da lei”, concluiu.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas