O governador Jaques Wagner (PT) almoçou na quinta-feira com representantes de seis sites do estado, dentre eles, Valdemi de Assis, conhecido Mitinho, que representou o CALILA NOTICIAS. O almoço aconteceu na sede da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia. Além dos jornalistas, também participaram do almoço os secretários Cezar Lisboa, Relações Institucionais e Robison Almeida da Comunicação. Presentes no almoço representantes do Bahia Noticias, Política Livre, A Tarde, Correio da Bahia, Tribuna da Bahia e Calila Noticias.
Alguns pontos da conversa entre os repórteres e o governador – O repórter do CN questionou o governador Jaques Wagner sobre a formação do novo quadro de secretários e ele respondeu que este assunto será tratado após o dia 03 de janeiro e brincou ao dizer que não irá divulgar antes para aqueles que ficarem fora não ter um natal e as festa de ano novo “contrariado”.
Segundo Wagner, é óbvio que o núcleo do governo tende a continuar e é normal que, componha com quem ajudou a ganhar a eleição. “Eu também não fico nessa de se vai ser técnico ou político. Eu digo sempre: um técnico espetacular, se ele é um elefante em uma cristaleira não me ajuda em nada. Em três semanas todo mundo quer derrubar ele. Um político espetacular, que todo mundo adora, mas não executa nada do meu programa, não resolve minha vida também. Ninguém senta na cadeira de secretário sem ter competência e sem ter um manejo político”, disse o governador aproveitando os jornalistas para mandar o recado.
Para ele, secretaria não é local para nomear cabo eleitoral. “Secretaria é para nomear secretário. Cabo eleitoral a gente nomeia em cargo de assessoria, o que for. Secretaria é para funcionar e a gente fatura politicamente não com cabo eleitoral. É com resultado no serviço. O povo tem uma visão equivocada. Não é fazendo favor que se ganha voto. Se ganha voto fazendo política”, afirmou Wagner.
Eleição de 2012 – Outro assunto colocado pelo CN foi a eleições 2012. Para Valdemi de Assis, mal terminou a eleição de 2010 e já se fala nas eleições para prefeito e em muitas cidades as bandas “A” e “B” ou até a “C”, votaram em Wagner para releição em 05 de outubro e aproveitando a oportunidade perguntou como se comportara o governador nestes municípios em 2012 quando terá mais de um palanque? “Vou tentar unificar, caso não consiga, poderei optar por não ir naquela cidade ou ficar, se for caso, com aqueles que vão disputar a reeleição, a final eles só serviram para apoiar e hoje não servem para serem apoiados? Vou ser grato com o apoio que recebi”, disse o governador.
Ele disse que reconhece o sentimento de “perca” dos militantes do PT que estão no partido desde sua fundação e militam com “paixão”, porém reconhece os companheiros de primeira hora, mais não posso resolver todos os problemas e “infelizmente o crescimento leva muitas vezes a sentir dor. Antes cabíamos numa Kombi, hoje somos grandes e não há que caiba”.
Para ele, a culpa do inicio das discussões para a eleição de prefeito em 2012 é da estrutura eleitoral brasileira, em que a realização de escolhas a cada dois anos prejudica a democracia. “Eu, realmente, sou contra a reeleição. Acho que a gente faria um favor para o país se acabasse com ela, esticasse ou encolhesse o mandato, ou de governador ou de prefeito, e coincidisse, sei lá, a partir de 2015, 2016. O custo para a democracia é muito grande. Eu acho um absurdo. Ainda nem acabei a eleição e já está todo mundo discutindo quem é o candidato em 2012. Quem ‘guenta’ um negócio desses?”, questionou. Para o petista, a solução seria o pleito único, com a votação de presidente, governadores, prefeitos, deputados e vereadores de uma só vez. “Lógico. Você só teria eleição de cinco em cinco ou de seis em seis anos. O tempo de validade seria outro. Se a gente elegesse todo mundo hoje, o caboclo só começaria a pensar em eleição daqui a quatro anos”, falou.
Quando ao espaço do PP no governo do Estado, após a saída do PMDB da sua gestão, Wagner disse que a derrota de Geddel Vieira Lima nas últimas eleições servirá de lição para que Mário Negromonte, indicado para o Ministério das Cidades, que não deve tomar o mesmo rumo. “Eu acho que Mário tem uma cabeça diferente da de Geddel. O PMDB achou que ia levar o PP e o PDT juntos. Esse era o plano montado pelo PMDB. Não levou nenhum dos dois e eu sou grato aos dois. O PP nacional não se definiu pela candidatura da Dilma, no entanto, Mário sempre defendeu”, exaltou. Wagner salientou, entretanto, que não faz a comparação.
Outro assunto conversado, também questionado pelo CN, foi a eleição da União dos Municípios da Bahia (UPB) e na Assembleia Legislativa, o governador Wagner declarou não ter um posicionamento sobre nenhum dos dois pleitos. Sobre a eleição na Assembleia, Wagner expôs que seu desejo é que a base do governo esteja unida e afirmou que prefere que os deputados decidam quem será o candidato da base. Sobre a disputa na UPB, disse que a entidade não deve ser nem contra nem a favor do governo, porém ficou sabendo que os prefeitos aliados vão marcha com Caetano, prefeito de Camaçari.
Em um momento enigmático no almoço com jornalistas, hoje, o governador Jaques Wagner (PT) mandou recado sem endereço certo para políticos que já articulam candidaturas à sua sucessão, em 2014. O petista utilizou o exemplo da vitória da presidenta Dilma Rousseff (PT) para dizer que quem “menos tramou” acabou sendo a candidata escolhida por Lula e levou o pleito presidencial. Quanto ao destinatário do recado, os presentes, jornalistas principalmente, acham que seria alguém do PT.
Ao ser questionado sobre as críticas ao “paulistério”, ou seja, à grande participação de paulistas no futuro governo federal, o governador baiano declarou que é uma crítica que ele faz, internamente, ao PT que, segundo ele, ainda não enxerga o “conjunto da floresta”. “Não é má fé. A gente (o PT) nasceu em São Paulo. Poderia ter uma presença nordestina petista maior. O PMDB indicou três ministros do Nordeste. O PSB vai indicar dois”, disse.
Wagner afirmou que foi consultado pela presidente Dilma Rousseff (PT) sobre todas as escolhas de nomes da Bahia a exemplo do deputado Mário Negromonte, para o Ministério das Cidades, Luiza Bairros, Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial e Afonso Florence, indicado para o Ministério de Desenvolvimento Agrário, mas que estas indicações não partiram dele. “Nunca fui pedir a ela (vaga para Luiza Bairros), mas desde o governo do presidente Lula questionava como é que a terra mais africana fora da África nunca indicou um ministro para esta pasta. Então, o nome de Luiza chegou a ela (a Dilma) e ela veio me perguntar, eu disse que liberava Luiza. Depois, Mário, que é um nome que me agrada e foi indicado pelo partido dele se viabilizou na bancada”, afirmou.
O almoço durou quase duas horas e outros assuntos foram tratados. O site Calila Noticias, com sede na cidade de Conceição do Coité, foi o único do interior presente. Este foi o terceiro convite do governador a equipe do CN, primeiro convidou para um café da manhã, onde compareceram os repórteres Valdemi de Assis e Raimundo Mascarenhas e duas vezes para almoçar no CAB.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Manu Dias