O cantor e compositor coiteense Ailton Vizek, 46 anos de idade e 25 de carreira, procurou a redação do CN para um “desabafo” a respeito da cultura coiteense e a falta de respeito das autoridades com aqueles que levam o nome da cidade país a fora. Segundo ele, a falta de respeito se dá desde quando são contratados para se apresentarem até na demora para realizar o pagamento. Ele se refere de modo especial a prefeitura.
O músico disse que o cachê de São João ainda não foi pago nem a ele nem a maioria dos artistas que se apresentaram. “A prova que não somos valorizados é que se uma banda de expressão é contratada já é feito o deposito de 50% no ato do fechamento do contrato e quando sobe ao palco já está com a outra parte” desabafou.
Lamentou também falta de respeito quando os coordenadores de eventos da cidade é quem estipula preços nos cachês. “A gente ainda tem que engolir calado, quando os organizadores já vão dizendo: só pagamos X para grupo, Y para tecladista, Z para um dueto e etc”.
Vizek disse que além da falta de respeito aos artistas existe a perseguição política, citou um nome de um músico até já faleceu que teve muita dedicação e amor pela terra, mas sempre teve origem de opositor na política do grupo que governa a cidade há décadas e nunca foi visto com ‘bons olhos’ pela elite. Ailton lamenta a situação dizendo que a pessoa que ele cita era oposição mesmo, mas na condição de artista não deveria ser descriminado. E ele que teve a sua história toda de dedicação ao grupo que sempre governou também nunca foi visto com o respeito merecido.
“Eu gostaria de ter melhor reconhecimento, tenho dado minha parcela de contribuição para levar o nome de minha cidade nacionalmente. Agora mesmo a gente ver com orgulho uma composição de minha autoria no DVD de Cheiro de Amor, o mais recente. A música “Tô em Água” que contribuiu bastante com a ascensão da banda BatuKerê.
Vizek é formador de opinião, vive da música, mora no bairro Terra Nova mas sempre teve a postura de abrir a boca para as injustiças. Contou com lamentação que para o grupo Revolution Reaage entrar na avenida pela primeira vez em micareta de Coité foi preciso saírem com abaixo assinado e sendo avisados da hora de entrar e deixar a avenida em tom de descriminação.
O músico diz não ter “rabo preso” a ninguém, defende a classe a todo instante, principalmente aqueles que se nivela a ele. “Aqui tem muita coisa errada nem sempre uma pessoa competente ocupa um cargo que todos sabem que tem mais potencial. Os poderosos preferem nomear quem eles podem manipular, independente de competência”.
Vizek atualmente faz barzinho na cidade, depois de passar por Banda Astral (hoje Batukerê), Caciques do Nordeste, Diagonais do Baião, Banda Traz Amor. Sua maior angustia é ter contribuído para elevar o nome de Coité através da música e não ter o reconhecimento.
Raimundo Mascarenhas