O vereador José Ricardo Budog (PTN) enfrentou um batalhão de vereadores contra a sua proposta de reduzir o tempo do recesso Legislativo de 94 para 30 dias. Desde o início do mandato ele apresentou um Projeto de Resolução, e desde lá vinha fazendo críticas sistemáticas contra a os seus colegas vereadores, usando carro de som, panfletos e entrevistas em emissoras de rádio para atacar seus colegas.
Ele argumentava que os vereadores não necessitavam de um recesso tão grande, e que a população queria ver o vereador trabalhando mais. Sua apresentação à sociedade de sua proposição foi feita de uma forma agressiva aos vereadores, colocando a população contra a Câmara Municipal.
Ontem (22), o projeto entrou em discussão e votação, sendo derrotado por nove votos a um. Em uníssono, os vereadores disseram não ao projeto e, mais, vão solicitar uma reunião do Conselho de Ética da Casa, uma forma de punir o vereador pela forma como ele vinha se portando diante da sociedade, colocando os vereadores contra a opinião pública.
Antes da votação, os vereadores falaram sobre o assunto, e um deles, Alfredo Menezes (PTdoB), solicitou à Mesa que consultasse o plenário para decidir pela votação ou não. O plenário decidiu por sim e começou a discussão em torno da proposição.
O primeiro a levantar a voz contra o vereador Budog foi Radiovaldo Costa (PT), que já havia alertado o vereador sobre sua conduta extra Câmara. Segundo Radiovaldo, ao longo dos dois últimos anos, e, agora, no terceiro ano de mandato, o vereador só apresentou esse projeto e um requerimento solicitando à prefeitura a construção de sanitários no Terminal de Coletivos.
Radiovaldo, que além de vereador é sindicalista, tentou mostrar a Budog antes da votação que o vereador não tem férias, tem recesso, o que é comum em qualquer parlamento, e que o vereador não tem salário, tem subsídio.
Ele chamou a atenção do proponente á redução do recesso que além de colocar a opinião pública contra a Câmara, Budog usou de má fé contra a UAMA – União das Associações de Moradores de Alagoinhas, que publicou uma matéria em seu jornal dando respaldo a ele, convencida de que a proposta de Budog era legítima. “Um mandato não é feito só na Câmara, mas nas bases, visitando as comunidades, fiscalizando o Executivo, ou aqui, discutindo com a comunidade como fizemos recentemente com os moradores da rua São José”, desabafou Radiovaldo.
O vereador José Alfredo Menezes fez um pronunciamento duro, contundente, e solicitou que o Conselho de Ética se reunisse o mais rápido possível. E foi mais enfático quando disse “Eu imaginava que o senhor vereador fosse uma revelação na Câmara, agora vejo que não”, desabafou Alfredo Menezes.
O vereador Luciano Sérgio (PT) tentou tranqüilizar a todos, mas sugeriu ao vereador que destinasse seu mandato a proposições mais objetivas, principalmente para a área onde ele atua, o esporte, bem como propor e realizar audiências públicas e lutar pelas camadas mais carentes da cidade, grande parte que destinou os 3.876 votos que o elegeu.
Lenaldo Simões (PTC) também fez um discurso duro contra o colega Budog. Ele chamou-o de deselegante. “Até parece que ele não é vereador”, conclui. Jorge Mendes foi na mesma direção, lembrando de outra acusação infundada feita pelo vereador aos quatro cantos da cidade, o que eles haviam recebido R$ 50 mil para aprovar projetos. O vereador justificou que quando da discussão da Lei Orçamentária 2010 o secretário das Finanças de Alagoinhas, em comum acordo com o prefeito, sugeriu que cada vereador apresentasse uma emenda de até R$ 50 mil para obras no município, o que todos fizeram. “Depois disso ele foi às rádios, usou carros de som e panfletos e acusou os vereadores”, indignou-se Jorge.
Ao final da sessão, o presidente da Casa, vereador Gustavo Carmo (PMDB) disse que o vereador Budog teve uma conduta provocativa, usando termos de forma pejorativa, e que os vereadores lhes foram favoráveis quando ele enfrentou problemas com a imprensa local, indo parar na Delegacia de Polícia. “A Casa prestou toda atenção a você Budog, destinando um advogado para defendê-lo, agora é diferente”, concluiu o presidente. Antecederam o presidente os vereadores Miguel Silva, Jorge da Farinha e Vado.
Por: Vanderely Soares