Foi sepultado no final da tarde de quarta-feira (16) na cidade de Gavião, o corpo do aposentado Aniceto José de Oliveira, 70 anos, que morreu queimado na manhã de terça-feira (15), por volta das 10h, dentro de um guarda roupa, no quarto de casal, onde vivia com a família na Fazenda Caldeirão Coberto, na divisa dos municípios de Gavião com Nova Fátima.
Vizinhos teriam ouvido gritos do aposentado, foram até o local e quando chegaram encontraram o “Velho Aniceto” como é conhecido, com 97% do corpo queimado e não tiveram com prestar socorro. Depois de constar que ele estava morto, um sobrinho foi até a cidade avisar aos demais parentes que tinham ido para feira-livre. O fato também foi comunicado à policia que deslocou uma guarnição da PM e agentes da polícia civil para efetuarem o levantamento cadavérico e depois encaminhar o corpo para IML de Jacobina.
A polícia não descarta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) pois, os policiais que estiveram no local ficaram sabendo que o aposentado tinha feito um empréstimo de R$ 3 mil e este dinheiro estava na casa. Parte dele, R$ 2.400,00, ele pediu para um sobrinho enterrar próximo em local no “terreiro” e R$ 600,00 estava no seu bolso. A polícia aguarda o resultado da pericia para saber se as cédulas foram queimadas ou não estavam mais com o aposentado.
Quanto ao dinheiro que estava enterrado, assim que o restante da família chegou a casa incendiada, o sobrinho foi a local e o desenterrou, entregando para os filhos de Aniceto, restando apenas saber dos R$ 600.
Apurações – O caso esta sendo investigado pelo delegado de Capim Grosso, Lane Andrade, que responde também pela delegacia de Gavião, em substituição ao delegado daquele município. De acordo com Andrade, a polícia não tem ainda a informação se houve realmente o latrocínio.
O medo de morar na zona rural – Quando se fala em zona rural, o que se imagina é a tranqüilidade, o ar puro, um lugar para esquecer os problemas das grandes cidades. Mas nos últimos tempos a situação não é bem essa. O medo que antes dominava os moradores da área urbana agora chegou à zona rural.
Na zona rural a paisagem é a mesma. Mas agora está mais difícil aproveitar a tranquilidade da roça, chegando ao ponto dos moradores revezarem nos dias de feiras nas cidades e sempre fica alguém tomando conta da casa, a exemplo do “Velho Aniceto”, que ficou em casa enquanto seus familiares foram fazer feira na cidade de Gavião, distante 13 km.
Da redação CN