A movimentação política do vice-governador Otto Alencar para ingressar no novo partido a ser criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, é o fato novo da política baiana. Kassab vem a Salvador no próximo domingo.
Nesse dia, a Bahia vai constatar o que já é voz corrente no interior do Estado: Otto é quem vai reunir o espólio político do Senador Antônio Carlos Magalhães. E essa é a razão da tentativa de boicote que a oposição, liderada pelo DEM, que fazer ao evento, que vai mobilizar prefeitos, deputados estaduais e federais, vereadores, ex-prefeitos, eleitores e afins e mostrar a força do vice-governador no interior.
A verdade é que com o desgaste do DEM, as brigas familiares de ACM Neto, e o recolhimento do ex-governador Paulo Souto, Otto Alencar surge como o catalizador que pode reunir os políticos dispersos desde a morte do velho líder.
Otto Alencar não tem o ranço autoritário de ACM, pelo contrário, é amável no trato e não costuma perseguir adversários, mas tem em comum com o velho líder a capacidade de fazer amigos e a lealdade para com eles.
E é a lealdade para os companheiros que está fazendo Otto migrar para o partido de Kassab. Na eleição de 2010, o vice-governador da Bahia, Otto Alencar (PP) se uniu ao governador Jaques Wagner e mobilizou velhos aliados nos municípios baianos. Alguns afirmam que mais de uma centena de prefeitos de diferentes partidos, especialmente PSDB e DEM, cerraram fileiras com o PT por causa dele.
Agora, visando às eleições municipais, Otto precisa abrir as oportunidades políticas para seus correligionários e o novo partido de Kassab é o caminho.
Otto não esconde de ninguém a lealdade a Wagner, por isso sua movimentação tem um ingrediente a mais: Tem a aquiescência do governador que assim amplia sua base aliada e hoje já não tem oposição capaz de por em risco sua liderança, segundo o editor de política do site Bahia Econômica.
Da redação / foto: arquivo: Raimundo Mascarenhas