O vereador Radiovaldo Costa (PT) apresentou denúncias graves contra a prefeitura de Alagoinhas, com provas documentais e fotos, da existência de duas empresas fantasmas prestando serviços à administração. Ele usou slides contendo fotos e documentos das empresas denunciadas na noite de terça, 29, durante o pequeno e grande expedientes da Câmara Municipal de Alagoinhas.
Foram quinze dias de pesquisa até ele chegar ao nome das empresas, proprietários e serviços prestados, valores e bens de seus tutores. Ele teve que viajar para duas cidades no estado de Sergipe, local apontado pelos cartões de CNPJ como sedes das empresas.
A primeira empresa investigada pelo vereador foi Rosalia Vitorino da Silva – ME, cujo endereço que consta do cartão tem como base a cidade de Tomar do Jeru, cidade na fronteira entre Sergipe e Bahia, distante 144 quilômetros de Alagoinhas. A rua existe, mas o número não. E ninguém conhece na cidade a tal Rosália Vitorino.
De volta a Alagoinhas, o vereador descobriu que a proprietária da empresa existia, e morava aqui mesmo, num bairro chamado Papelão, na periferia, às margens da BR 101, numa propriedade incompatível com o declarado em contrato com a prefeitura de Alagoinhas, um faturamento de R$ 165 mil.
O último evento executado pela empresa de Rosália Vitorino foi o Natal do de 2010 no distrito de Riacho da Guia. Para o serviço a empresa recebeu R$ 25 mil. Esse valor foi utilizado também para o pagamento da dupla de palhaços Patati Patatá. Em 2009 ela prestou serviços ao valor de R$ 68 mil, cujo valor foi pago à cantora Carla Perez.
A segunda empresa investigada pelo vereador Radiovaldo Costa foi Antonio Ferreira de Araújo Produções, com sede à rua Odilon Monte Alegre, 23-A, na cidade de Cristinápolis, também no estado de Sergipe. A empresa recebeu mais de R$ 200 mil em prestação de serviços à prefeitura de Alagoinhas.
Quando chegou ao imóvel e fotografou o local para registrar na Câmara Municipal, o vereador conversou com o proprietário do prédio, que tem um mercadinho no térreo. Ele informou que nunca morou ninguém com aquele nome na sua casa e que nunca ouviu falar em Antônio Ferreira. O proprietário do imóvel é José Soares do Nascimento.
Continuando sua investigação, o vereador foi à prefeitura, cartório, correios e outras repartições públicas para descobrir a origem da empresa. Na prefeitura, no setor de finanças, ele descobriu que uma pessoa de nome Jorge da Funerária havia solicitado recentemente uma certidão negativa em nome da empresa de Antônio Ferreira.
Retornando a Alagoinhas, o vereador descobriu também que a empresa tinha uma filial no município, o que ele estranhou. Uma empresa pequena, sem funcionários, e com filial num município onde presta serviços. Ele achou estranho. A filial tem como endereço o Parque São Cristóvão, no bairro Silva Jardim.
Na Receita Federal e junto ao Ministério do Trabalho o vereador descobriu que essa empresa não possui nenhum funcionário, pois não consta nenhuma informação no Caged, setor que registra toda contratação e demissão no Ministério do Trabalho.
Outra coincidência estranha foi apontada pelo vereador Radiovaldo Costa. As duas empresas foram abertas em Sergipe por um único contador, o que o faz deduzir que são empresas de fachadas, criadas para dilapidar o patrimônio público.
As denúncias do vereador serão encaminhadas ao Ministério Público nos próximos dias.
Fonte: ASCOM Câmara