Exportadores, produtores e integrantes de cooperativas que trabalham com sisal, estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira (27), na sede do Instituto de Desenvolvimento da Região do Sisal (IDR), na cidade de Valente, para discutir a criação de uma sub-câmara, cuja proposta será apresenta na reunião da Câmara Setorial que será realizada na terça-feira, 03 de maio, em Conceição do Coité.
Para o prefeito de Conceição do Coité, Renato Souza (PP), a ideia é discutir de forma permanente os problemas e as soluções do setor sisaleiro, desde a plantação até a comercialização do produto. “Eu já vivi todas as fases do sisal, pois trabalhei dos meus sete a treze anos nos campos e só servei, mais todo serviço eu sei contar”, disse Souza.
Segundo o prefeito, uma cultura que é o “carro chefe” da região, tem que ser tratada com mais carinho. “Este movimento tem que ser suprapartidário”, concluiu. No final da fala de Renato, o produtor Raimundo Emídio dos Santos, falou que a situação para produção da fibra é tão séria, que ele, por exemplo, não tem condições de continuar trabalhando mais um ano, caso não mude a realidade.
De acordo com o deputado Tom Araújo (DEM), o sisal tem mercado, o problema está na extração e não tem máquinas competitivas, pois as que foram distribuídas pelo governo, cerca de 200, nenhuma esta em funcionamento. Além da reunião da câmara setorial, o parlamentar foi um dos autores do requerimento que aprovou a realização de duas audiências públicas externas com foco na promoção do diálogo sobre temas de interesse do estado e no dia 12 de maio, deputados da comissão da agricultura da Assembleia Legislativa se reúnem em Conceição do Coité para discutir com técnicos questões relativas à produção do sisal, inclusive com a presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmara. “Com o secretário, vamos discutir a criação, ou melhoramento das máquinas que estão em estudo, para aumentar a produtividade e melhorar as condições de trabalhos, pois está faltando gente para trabalhar no sisal por causa dos métodos rudimentares”, declarou Araújo.
O deputado manifestou sua preocupação com a baixa produtividade brasileira na produção do sisal, em detrimento da africana. Segundo o parlamentar, isso acontece porque no continente africano foi desenvolvida uma máquina que retira a palha e a fibra do sisal de forma mais eficiente. “Isso aumenta muito a qualidade e diminui a incidência de mutilações de membros dos agricultores. Hoje a nossa produtividade do sisal é muito baixa”, disse ele, lembrando ser esta a principal cultura do semiárido baiano.
O exportador Mauricio Araújo confirmou que apenas no Brasil existe esta máquina paraibana e uma luta desenvolvida pela classe é a criação de uma máquina pequena, de fácil transporte, para que seja itinerante e produza com rapidez e agilidade. “Toda problema de produção da fibra se esbarra na máquina”, disse Mauricio Araújo.
Para a audiência pública marcada para o dia 12 de maio, secretário da Agricultura, Eduardo Sales não estará presente, pois fará uma viagem a Itália, porém garantiu enviar um representante. Sales confirmou presença na reunião do dia 03.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Paulo Câmera, confirmou a presença, além de técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário (Ebda) e Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).
Por: Valdemí de Assis