Com um nome bem sugestivo, Caçua Suado é a mais nova banda de forró do estado, com destaque todo especial para o Pé de Serra, “É bom lembrar que o forró pode ser pé de serra ou forró estilo xote”, falou Genivaldo Silva ao CN. Ele é idealizador do projeto que resultou na criação da nova banda, que tem em seu repertório, músicas tocada com gente que entende e se esforça para manter a cultura do sertão.
Segundo Genivaldo, Conceição do Coité tem um celeiro de artistas, que se destacam no cenário musical da Bahia e agora aumenta esta área cultivada. A banda estreou na noite de sábado (02), na ExpoCoité 2011 e o primeiro momento do show foi apresentado pelo Véio do Forrobodó, personagem criado pelo próprio Genivaldo em um programa de rádio.
Durante o show, ele cantou com “aquela voz cômica”, as músicas de forró que marcaram gerações e sobrevivem ao tempo. Num segundo momento, “Gem”, como é conhecido pelos amigos, interpretou forrós modernos com seu tom de voz grave, a exemplo das musicas de Flávio José e de compositores da região.
A última parte do show foi com as participações especiais dos artistas Rafael Barreto e Bodinho. Eles apresentaram músicas típicas das festas juninas e tradicionais da região. A Banda Caçuá Suado é formada pelos sanfoneiros Berg de Mirinho e Ito, pelo tecladista e cantor Rafael Barreto, pandeirista, triânglista Bodinho e como zabumbeiro Zelinho e o cantor é o “Véio do Forrobodó”, interpretado por Genivaldo Silva.
Como surgiu o nome Caçua Suado – O grupo nasceu pela necessidade de músicos para acompanhar os shows do Véio do Forrobodó, pois as apresentações eram com instrumentais no play beck. “Depois de me apresentar no projeto quartas de verão no Bairro Fluminense em Coité, o público forçou a barra para criação da banda. Assim nasceu o grupo e o primeiro show foi um sucesso”, falou.
Questionado pelo CN sobre a origem do nome, Genivaldo respondeu que caçua é um símbolo do sertão e que durante o show o “Véio” canta com um Caçua do lado e veste uma camisa com a bandeira do Brasil, em sinal de respeito ao país.
Esforço para manter viva a cultura do sertão – Filho de uma família de dezessete irmãos, quinze vivos, nascido e criado no Bairro de Terra Nova, conforme a linguagem popular, na cidade de Conceição do Coité, Genivaldo Silva, vem ao longo dos anos, se esforçando para manter viva a cultura do sertão, herdada, conforme ele disse ao CN, do seu pai, Amado João da Silva.
O personagem Véio do Forrobodó, foi criado por entender que mesmo falando errado, tentando falar bonito, os sertanejos, em especial, os aposentados, precisavam de um representante que contasse isso com muita precisão e respeito pelos seus conterrâneos, que sentissem orgulho de poder ouvir num programa de rádio em sua linguagem, mesmo que sendo a parte mais humorística e gozadora deste povo. “Assim como Mão Branca, cantor e compositor, que na Câmara Federal representou sua classe e queria sempre ir às sessões com jaleco, chapéu e recebeu a autorização da mesa diretora da casa para isto, hoje tem Tiririca, numa demonstração que quando o povo quer, não tem jeito, foi o deputado federal mais pelo estado de São Paulo. Isto, em minha opinião, logo pode acontecer na região, com pessoas que defendam esta cultura e sejam escolhidos com representantes do povo, tanto para as câmaras de vereadores, com as prefeituras”, afirmou.
Cultura cresce igual rabo de cavalo – Está foi uma colocação do personagem Véio do Forrobodó quando ia subindo a escada do palco para sua apresentação. Para justificar sua colocação, ele disse que a cultura cresce cada vez mais pra baixo e que não se cansa de repetir nos programa de rádios e tanto é que se tornou popular.
Antes do forró, veio a almanaque – Enfrentando muitas dificuldades, principalmente financeiras, ele conta que se esforça para a publicação anual do o almanaque do nordeste, criado por Vicente Vitorino, um astrólogo e estudioso do tempo da década de 50.
Conhecedor profundo do assunto, Genivaldo contou que Vicente Vitorino lançou este livreto que seria um dos mais lidos em todo nordeste do país. Com o passar dos anos o astrólogo adoeceu e encerrou o ciclo de produção do almanaque em 2005. Dois anos depois o criador veio a falecer.
Após o seu falecimento, os familiares de Vicente demonstraram desinteresse em manter a criação do pai e doou a patente para uma equipe de Aracaju que convidou o Veio do Forrobodó para seqüenciar esta tradição e dar uma pitada de informações sobre o nordeste da Bahia. “Todo o Almanaque sofreu uma mudança benéfica desfrutando dos avanços tecnológicos e levando aos leitores o que há de mais novo no mundo e que nos serve de orientação. São 36 paginas com muitas coisas úteis para o cotidiano do homem do campo, também incentivando a crença, os bons costumes e grandes riquezas, além de informações que precisam ser compartilhadas”, relatou Gem.
No conteúdo do Almanaque 2011, além de previsões astrológicas do médium espírita vidente, pai Cavalcante do Pará, os estudos de climas e previsões do tempo para o ano que vem, foram feitas pelo professor Aristides Vieira Farias do Centro de Pesquisa do Nordeste, que é filho de Jacobino e formado pela Universidade de São Paulo.
Alem de se destacar a boa qualidade do material, existe matérias que chamam atenção como “Um sinal do fim do mundo” e sobre este mesmo assunto tem a matéria de uma seita que garante que o mundo vai acabar no ano que vem até divulgando a data.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Val César