A Polícia Civil apresentou na tarde desta quinta-feira (7), na sede da entidade, na Piedade (centro de Salvador), o resultado da operação que desarticulou uma quadrilha de assalto a bancos em Alagoinhas. As investigações foram realizadas durante três meses em parceria com a Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e apoio da Coordenadoria de Operações Especiais (COE).
Quatro suspeitos, que atuavam no interior, foram presos na quarta-feira (6), em Alagoinhas, a cerca de 120 quilômetros da capital: Antônio Augusto Soares (‘Conan’), Paulo Xavier dos Santos (‘Paulão’), Adilson Moreira dos Santos (‘Dicinho’) e Bruno Santos Souza (‘Bil’). Todos têm passagens na Polícia Civil por roubos e tráfico de drogas.
Outros dois homens foram mortos em confronto direto com policiais – Luciano Souza da Silva, o ‘Brancão’, líder do tráfico de drogas do Bairro da Paz, em Salvador, e o cúmplice Amilton Pinto de Oliveira, o ‘Mitchu’, então chefe do tráfico no bairro de Mangalô, periferia de Alagoinhas.
Com a prisão da quadrilha, responsável pelos assaltos nas agências do Banco do Brasil (BB) nos municípios de Mairi e Sátiro Dias, ocorridos no ano passado, os policiais evitaram um terceiro roubo que seria realizado em outra agência, em Biritinga.
“A quadrilha roubava bancos e veículos para angariar fundos e recursos destinados ao tráfico de drogas e compra de armas no interior e em Salvador. Conseguimos dar fim a isso com a atuação policial rigorosa e integrada”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Hélio Jorge Paixão.
Armamento de grosso calibre
A quadrilha mantinha, na periferia de Alagoinhas, uma base de atuação, onde foi encontrado e apreendido armamento de grosso calibre. O material recuperado pelos policiais inclui quatro metralhadoras municiadas, três pistolas (ponto 40, 19mm e 380), uma espingarda calibre 12, dois revólveres calibre 38, coletes a prova de balas, além de farta munição de calibres 45,9mm e ponto 40. Também foram apreendidos cerca de R$ 5,5, um silenciador de disparos e um quilo de maconha.
“É um armamento pesado, não disponível a pessoas comuns, que mostra a utilização do dinheiro roubado dos bancos para investir na compra de armas e, assim, reforçar o tráfico”, observou o investigador de polícia da 1ª Coordenadoria Regional de Policia do Interior (Coorpin), de Feira de Santana, Fábio Lordello. Segundo ele, a quadrilha também atuava em Feira, com base em Alagoinhas e conexão em Salvador.
De acordo com o investigador da 2ª Coorpin, de Alagoinhas, Ricardo Brito, a operação foi deflagrada após denúncias sobre um esconderijo de armas pesadas na cidade. “A partir daí desenvolvemos todas as investigações integradas”.
Ações integradas
O delegado-geral da Polícia Civil afirmou que um planejamento amplo tem sido posto em prática, para coibir os assaltos a banco no estado, com ações integradas entre todas as instâncias de Segurança Pública.
Hoje, tanto as Coorpins quanto as bases especializadas permitem, segundo ele, acompanhar os delitos no local onde ocorrem a partir do deslocamento rápido de equipes especializadas.
“A Polícia Civil está aumentando de uma para seis bases, localizadas no interior do estado, para atuar na repressão a roubos a bancos, sempre com o suporte da Coordenação de Operação Especiais. A Polícia Militar está aumentando suas bases, com as Companhias Especializadas, principalmente nas áreas de divisa”, explicou.
As bases especiais da Polícia Civil estão instaladas em Salvador, Feira de Santana, Itabuna, Juazeiro, Barreiras, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas. Cada uma atua de maneira regional. “Este trabalho que vimos hoje é fruto das investigações e do planejamento preventivo que visa coibir este tipo de ocorrência”, afirmou.
Agecom