Os moradores do Bairro Alto da Colina, na cidade de Conceição do Coité, receberam na noite de sexta-feira (27), por volta das 19h, na Capela da Comunidade, que também funciona como sede da associação e o local para as aulas e ensaios do Projeto Santo Antônio da musica, o deputado estadual Bruno Soares Reis (PRP).
O parlamentar foi convidado pelo jornalista Alexandre Reis para conhecer o projeto Santo Antônio formado por meninos e meninas que descobriram a música e sonham em tocar profissionalmente numa orquestra. A presença do parlamentar chamou atenção dos moradores, pois ao longo de seis anos, segundo a criadora e coordenadora, Maria Valdete Santos, nenhuma autoridade eleita, ou seja, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, senadores, governadores ou deputados, visitaram a sede do projeto. “Tínhamos uma Capela pequena, já ampliamos, estamos pensando em construir um teatro escola com um palco que caibam oitenta músicos e até o momento nenhuma autoridade eleita pelo povo tinha visitado. O deputado Bruno Reis esta sendo o primeiro”, contou Maria Valdete.
Bruno Reis foi recebido com a música aquarela, depois ouviu musicas eruditas e por fim a Orquestra tocou Asa Branca, um clássico de Luiz Gonzaga. Com olhar de admiração, o parlamentar viu a sanfona, triângulo e zabumba, ser substituído pelo som dos violinos, violas, violoncelos e flautas. No palco não estavam apenas os três forrozeiros que tradicionalmente tocam forró nos períodos juninos e sim 40 crianças e adolescentes obedecendo aos comandos do maestro Josevaldo de Almeida Silva.
Maria Valdete contou que a orquestra surgiu da paixão que tinha pela música erudita e tudo começou com uma feijoada, que, apesar de ser um prato tipicamente brasileiro, aconteceu nos Estados Unidos e a renda deste evento foi utilizada para os primeiros investimentos. Com alegria, ela contou que anualmente acontece este almoço e a renda vem ajudando a manter este projeto.
Ao perguntar sobre a feijoada nos Estados Unidos, Valdete disse ao CN que seu irmão, Antônio Ferreira da Silva, é padre na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Nova York e abraçou com “gosto” esta ideia e em 2007 promoveu a primeira feijoada, e conseguiu arrecadar 3.500 dólares que foram utilizadas na compra de 15 violinos e 30 flautas doces. Com este material, os trabalhos começaram com vinte alunos.
Após ouvir toda história deste projeto social, Bruno falou que tinha muita curiosidade para conhecer, pois Alexandre Reis, assessor de comunicação do mandato, natural de Salvador e casado com uma mulher natural de Conceição do Coité, e entusiasmado por esta experiência. “Sei das dificuldades para condução deste projeto e sabem também com este trabalho ajuda na formação dos jovens”, declarou Reis.
Depois de fazer a doação de um computador, ele se propôs a ajudar e orientou a coordenação do projeto sobre a documentação para tornar de utilidade pública federal e firmou o compromisso de interferir juntos aos deputados federais para direcionar recursos através das emendas parlamentares.
Garantiu intervir junto às empresas privadas, em especial, por intermédio da FIEB, para conseguir parcerias. “Vou fazer isto, pois este é um projeto modelo e sobre tudo, sou devoto de Santo Antônio”, falou o parlamentar.
Bruno Reis obteve apenas 21 votos em Conceição do Coité na eleição de 2010. Ele disse durante seu pronunciamento que faz a política do bem, sem olhar a quem. “Na política deve ser assim: Primeiro vem o trabalho e depois o resultado”, finalizou.
Alexandre Reis ficou satisfeito com a visita do deputado, que se propôs a ajudar este projeto e lembrou que estão sendo articulados os cursos de informática e inglês, que deveram iniciar em breve.
A capela onde funciona o projeto é particular e foi construída no terreno da casa de Valdete, no bairro Alto da Colina. Os estudantes são do próprio bairro e dos vizinhos da Mansão e Açudinho, na periferia da cidade.
Faltam professores, mas a orquestra Santo Antônio já tem os primeiros monitores. São os próprios músicos adolescentes que avançaram mais no aprendizado. Como os violoncelistas Letícia, 12 anos e André, 13 e Isabela, 17, que se dedica à viola, comumente confundida com o violino.
André gostou do violoncelo e fez um show a parte para prestigiar o deputado Bruno Reis. Ao falar para o CN, ele disse que aprendeu rápido e com pouco tempo estava ensinando seus colegas.
Por: Valdemí de Assis / fotos Raimundo Mascarenhas