O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia (FETAG), Cláudio Bastos, visitou no domingo (01), os municípios de Riachão do Jacuípe, no território do Jacuípe e Retirolândia, território do sisal. O líder sindicalista rural participou dos eventos comemorativos ao dia do trabalhado e ouviu as reinvindicações da categoria.
Bastos chegou a Riachão do Jacuípe ás 11h, onde se encontrou com o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) e juntos participaram da caminhada promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais pelas principais ruas da cidade, terminando com uma concentração na Praça da Matriz. Representantes do Sindicato entregaram ao presidente da FETAG três reinvindicações para serem levadas ao governo do estado. “Recebo os pedidos para reforma do Ginásio de Esporte, utilização do local onde funcionava a Secretária da Fazenda, que esta abandonada e o conserto da ponte sobre o Rio Sacrariu. Assim que chegar a Salvador, estarei pessoalmente nos órgãos que são responsáveis por estas ações e vamos lutar para que estas reivindicações sejam entendidas”, garantiu.
Em Retirolândia, o presidente da FETAG, participou, além das comemorações do dia do trabalhado, da festa dos 40 anos do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras rurais do município. “Este é um momento importante quando a entidade celebra seus 40 anos de luta. Estamos trabalhando no sentido de construir um desenvolvimento rural, cada vez mais, sustentável e solidário para todos.”
Segundo Cláudio, a FETAG tornou-se referência na defesa de políticas públicas para o homem e a mulher do campo, e que representa seus interesses sociais, políticos e econômicos, bem como a legítima representante da luta pelo fortalecimento da Agricultura Familiar no estado.
“Nenhuma entidade da sociedade civil na Bahia nos últimos anos, conseguiu prestar tantos serviços em espaços menos densamente povoados, como a FETAG. Diante de várias experiências, de organizações que atuam no interior do estado, nenhuma sequer alcançou a capilaridade e a competência que a mesma. Essas conquistas são frutos da seriedade e do trabalho de um grupo de trabalhadores rurais classistas pautados na certeza e na consciência de classe”, falou Basto.
Cláudio Bastos, 28 anos, o mais jovem presidente das Federações de Agricultores rurais do Brasil, foi eleito durante um Congresso realizado em 2010, com 702 votos, representando 93% dos votos colhidos. A chapa 2, que fazia oposição, obteve apenas 30 votos, nulos 6, brancos 13, num total de 751 eleitores.
Natural de Bom Jesus da Serra, Claudio Bastos disse ao CN que começou sua militância no movimento sindical rural como secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do seu município aos 16 anos, seguindo os passos do seu pai. Aos 18 anos foi eleito coordenador Regional da FETAG, e no mesmo ano secretário de formação e organização sindical. Antes de ser eleito presidente, foi vice-presidente e acumulou a função de secretário de finanças.
Cláudio Bastos faz parte do novo perfil do trabalhador rural, que não abandona suas origens. A propriedade da sua família tem 60 hectares e pratica a monocultura. O presidente da FETAG estuda Direito e luta para que o jovem tenha oportunidades de estudo e permaneça no campo, desmistificando a ideia de já nascer querendo ir para a cidade. Com esse objetivo, a FETAG é parceira de vários projetos dos Governos Federal e Estadual, e coordena outros, voltados para a educação no campo.
“Defendemos que o jovem tenha sua primeira terra, produza, tenha crédito, se organize em cooperativas. Defendemos ainda, o programa nacional de habitação rural, para que o jovem tenha acesso à moradia digna de qualidade, programa que a FETAG tem uma atuação qualificada, para que constitua sua família, virando um agente na comunidade, possa estudar e tenha nível superior”, falou Bastos.
Ele disse também que a FETAG tem elaborado projetos e já possui programas de formação nas áreas de técnico de enfermagem, técnico agrícola, agronomia e pedagogia, em parceria com diversas instituições como as Universidades, Estadual e do Sudoeste da Bahia. “os jovens já estão sendo aproveitados por cooperativas de agricultores familiares nossas, para organizar suas produções e comercialização, inclusive, para a inserção em políticas importantes do governo Lula, como a aquisição de alimentos para a merenda escolar; hoje já é obrigatório que os municípios e o Estado comprem 30% da produção da merenda escolar na mão da agricultura familiar; a gente já tem cooperativa atuando nesta área. Isto tem sido uma cadeia, a Fetag forma o jovem, insere em um projeto, e ele já ajuda no desenvolvimento da agricultura familiar.”
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas