Filiados e simpatizantes do PT do município de Riachão do Jacuípe, participaram sábado (28) e domingo (29), do 1º Congresso Municipal da legenda e discutiram sobre os desafios e perspectivas ante o processo de desenvolvimento nacional, estadual e territorial.
Para Mateus Martins, uma dos expositores no ato de abertura do evento na noite de sábado, é necessário que o PT deixe de ser uma alternativa e passe a ser a terceira força política do município. Nas considerações finais, ele questionou como pautar o desenvolvimento do município diante da ausência de diálogo com as políticas públicas federais e estaduais, a necessidade de destruição da cultura do “BA-VI”, chamou atenção para o elevado número de mulheres convivendo com a persistente resistência do machismo, do número de idosos e consequentemente a elevação da desigualdade e com ela inversão da lógica industrial.
Um dos pontos mais debatidos foi o problema histórico “BAVI” político existente no município, quando de um lado estão os amantes do grupo dos líderes, já falecido, Eliel Martins e Valfredo Carneiro de Matos, “Valfredão”. No lado contrário, as pessoas que odeiam este grupo e nele não votam em hipótese alguma.
Os petistas denunciaram que por detrás deste “BA-VI” está o enriquecimento familiar e empresarial de grandes financiadores de campanha em Riachão e ao longo do tempo o município vem passando de um lado pro outro, como a brincadeira “lá vai a bola girando na roda, passando adiante sem demora”, e o critério de voto da população fica “a vingança”, a “menos ruim” administração, ficando de lado debates e construções coletivas importantíssimas para verdadeiro desenvolvimento.
Para a presidente do PT, Mara Araújo, deste “BA-VI” restou à condição de município que menos cresceu no território. “A população herdou a não evolução social, econômica e cultural. Desta dobradinha herdamos a política mais vazia possível e o enriquecimento mais fácil para as categorias sociais ligadas a dois grupos. Para alcançar o governo que desejamos, o Partido dos Trabalhadores de Riachão do Jacuípe precisa destruir este “BA-VI”, se colocando com coerência e capacidade como a terceira força político-administrativa jacuipense, indo para os espaços de discussão e desconstruindo o mito de que a política local está sempre no poder de dois grupos”, afirmou Mara.
Ela lamentou que a disputa entre os “valfredistas e laurinistas” , seja tão pernicioso que o embate de idéias é algo fora da sua órbita. Durante todo tempo, quer período de eleição ou não, segundo a petista, os membros de um grupo desperta o eleitorado atacando a individualidade e vida pessoal das principais lideranças do outro. “E mais grave, ambos só faz política com muito dinheiro, e suas lideranças, além de desacreditar de processos sociais para a chegada ao poder das classes menos abastadas, ainda profanam nos quatro cantos do município que, quem ganha à política em Riachão é o dinheiro. O PT precisa desconstruir isso, e penetrar nas bases sociais, nos movimentos sociais e construir a vitória dos trabalhadores. Uma campanha que se respalda no dinheiro gerará um governo que irá exaurir o último centavo do município para retomar o investimento realizado”, externou a presidente.
Ainda segundo Mara Araújo, o PT precisa mostrar-se como força política, como grupo preparado e assumir a liderança dos sete mil eleitores que votaram na última eleição para prefeito no “menos ruim” e avançar no convencimento da sociedade de que Riachão precisa de transformação verdadeira e urgente, penetrando pela força do argumento, nas bases eleitorais do BA e do VI, e consagrar nas urnas o projeto político como vitorioso, fugindo das entranhas da política do dinheiro e governando de fato em nome da construção social que até o momento a gente terá conseguido fazer.
Montar uma seleção – Para vencer o “BAVI” é necessário montar uma boa seleção, na opinião do bancário Raimundo Carneiro, um dos postulantes a candidato a prefeito pela legenda. “Riachão merece coisa melhor e o PT quer discutir com a sociedade suas propostas, pois ninguém faz nada sozinho e queremos o apoio da sociedade. O PT está na linha de frente para a construção de Riachão melhor a partir de 2012”, falou Carneiro.
Raimundo da Caixa como é conhecido, falou que existem outros nomes dentro do partido, a exemplo de Mateus Martins e da médica Gleide, que pretende filia-se ao partido, porém, disse que é contra a imposição de candidatura, pois deverá ser construída com a militância. “Não faço objeção a qualquer nome, desde que seja construída dentro do partido”, falou.
Na opinião de Raimundo, o PT sairá forte na eleição do próximo ano e o partido deverá conversar com todas as forças políticas de oposição, inclusive com a viúva Tânia Matos, que é um nome importante para fazer parte do projeto, porém a cabeça da chapa deverá ser do PT, “pois este é momento”, acredita Raimundo Carneiro.
Na opinião da deputada Neusa Cadore (PT), o seminário foi de grande importância, pois reuniu um grupo de pessoas com objetivo de construir um modelo novo de fazer política no município e através dela criar instrumentos para melhorar a sociedade.
Líderes de partidos da oposição estiveram presentes e manifestaram o desejo de formação de um grande bloco. Usou da palavra Fernando Alves de Souza (PSL), Juarez Fernandes (PSB) e o ex-prefeito José Raimundo (PHS). O José Nivaldo Cordeiro Carneiro (PRB), “Ninho Moto Boy”, também esteve presente e foi homenageado com único vereador a defender os governos petistas de Dilma e Wagner nos embates da tribuna.
No domingo, o evento foi fechado e participaram apenas os filiados que foram divididos em grupos e debateram termas a exemplo do meio ambiente, infraestrutura urbana, inclusão social, agricultura familiar, gênero, etnia, cultura, industrialização e saúde pública.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas