O fechamento do Hospital Almir Passos ocorrido no inicio da tarde de sexta-feira (03), depois que auditores da Secretaria de Saúde da Bahia, (SESAB), realizaram uma auditoria por determinação do SUS, para atender a solicitação encaminhada pelo Ministério Público, través da 2ª Promotoria de Justiça de Conceição do Coité, se tornou em discussão política, onde os partidos de oposição ao prefeito Renato Souza (PP), dizem que ele é o culpado pelo que está acontecendo e os governistas se defendem dizendo que o hospital é uma entidade privada e sem fins lucrativos mantidos por uma instituição filantrópica e não pela prefeitura.
O PT, PMDB, PSC, PSB e PTN distribuíram um panfleto onde responsabilizaram o prefeito pelo fechamento da unidade, sem mesmo avisar aos funcionários e afirmam que a decisão foi unilateral do grupo político majoritário no município há 40 anos em virtude do corte de R$ 60 mil do SUS, que encontrou várias irregularidades através da auditória concluída no dia 12 de maio. A oposição também gravou uma mensagem e veiculou no carro de som usado pelo PT, onde pediam ao prefeito que o Hospital fosse reaberto o mais rápido possível, pois o Hospital Regional não tinha condições nem orçamento para atender ao aumento da demanda.
A reação dos governistas foi imediata e pela manhã eles veicularam, também através de carro de som, uma nota de esclarecimento, onde garantiam que a campanha articulada pela oposição sobre o fechamento do HAP era uma questão política em virtude da aproximação das eleições municipais e por conta disso estavam buscando enganar e confundir a população para tirar proveito eleitoral disso responsabilizando o prefeito pelo fechamento do hospital.
O locutor falava que mesmo não sendo o responsável pelo hospital, o prefeito não estava medido esforços para, junto à Secretaria de Saúde e ao Governo do Estado, buscar soluções para melhorar e ampliar o atendimento do hospital que está passando por reformas visando aperfeiçoar o seu atendimento. Acusava também a oposição de quer o pior para Coité e até comemoraram o fechamento a unidade, que fará falta à população.
No final da tarde, além da mensagem gravada, o locutor fazia inserções ao vivo, lembrando o episódio da eleição 2008, quando Renato, supostamente teria sido acusado de querer acabar a o bolsa família e insinuava que as oposições estavam agindo desta forma porque o governo municipal está trabalhando nos quatro cantos do município e vem sendo alvo de calúnias e acusações infundadas pelo fato se ser o candidato à reeleição, está com 73% de aprovação popular e garantiu que será vitorioso completando a marca 44 anos de poder do grupo liderado pelo ex-prefeito Hamilton Rios. “Mas isso não nos abalará e continuaremos fazendo de Coité uma cidade linda de viver e de trabalhar. Quando aos mentirosos e caluniadores, o povo saberá dar a resposta que eles merecem”, declarava o locutor.
Oposição mobilizada – Os principais líderes da oposição estiveram reunidos e garantiram que não vão deixar a situação como está e prometeram fazer movimento de pressão para a prefeitura resolver o mais rápido possível este problema. Eles lembraram que, em 2010, a prefeitura municipal recebeu R$4,8 milhões de transferências constitucionais do governo federal somente para a saúde, e que esses recursos seriam mais que suficientes para manter aberto o hospital, mantido por uma entidade filantrópica ligada ao grupo político do ex-prefeito Hamilton Rios (DEM).
O presidente municipal do PT, Francisco de Assis, mais conhecido como Assis da Caixa, lembrou que o orçamento de 2011 para a área da saúde em Coité é de R$10,8 milhões. “O prefeito está dizendo que a responsabilidade pelo fechamento do hospital não é dele. Mas a gestão da saúde em Coité é municipal, ou seja, a prefeitura recebe dinheiro diretamente do governo federal. Portanto, ele é o responsável sim”, disse o petista.
“O problema é que o senhor Renato Souza preferiu utilizar boa parte dos recursos transferidos pela União para bancar os correligionários dele que ganham uma fortuna transportando doentes para Salvador, ao invés de investir no hospital e nos postos de saúde”, acrescentou Assis da Caixa.
Presidente municipal do PMDB, Alex Lopes, popularmente conhecido como Alex da Piatã, destacou que foi o grupo de Hamilton Rios, do qual Renato Souza faz parte, que repassou a administração do Hospital Almir Passos para uma entidade filantrópica, em 1992. “Naquele ano, o grupo do prefeito havia perdido a eleição para a oposição e não quis perder o hospital, por isso apelou para essa manobra mesquinha. Essa associação, chamada de Santa Casa de Misericórdia, sempre foi presidida por gente ligada ao grupo do prefeito”, frisou.
“Não adianta o prefeito tentar se fazer de vítima nesse episódio. Ele deveria assumir sua responsabilidade. No sábado passado, um dia após o fechamento do hospital, o prefeito, ao invés de estar em Salvador procurando resolver o problema com a urgência que o caso diz, procurando o governador, o secretário estadual de Saúde, estava foi no povoado de São Roque dançando forró. Não estamos comemorando essa tragédia. Estamos apenas é cumprindo com nosso papel de cobrar da prefeitura”, complementou Alex da Piatã.
Por: Valdemí de Assis / foto: Raimundo Mascarenhas