Os bonecos gigantes que fazem parte das festas do município deram as boas vindas às milhares de pessoas que passaram durante os quatro dias pela área de eventos onde foi montado o “Arraiá do Cumbe”, em Euclides da Cunha. No lado esquerdo do portal de acesso, um casal de caipira indicava o clima junino. Do outro lado, o casal de noivos, simbolizava o casamento “arranjado” na festa de Santo Antônio e concretizado na festa de São João.
Em um ambiente bastante familiar, onde a animação tomou conta de todos em clima de muita alegria, a tradicional Festa Junina de Euclides da Cunha, considerada a maior e mais tradicional do território do sisal, além de atrair o público para assistir aos shows musicais e se divertir com as quadrilhas, ofereceu comidas típicas nas barracas, com ampla ornamentação dos espaços.
A réplica de uma fogueira, um dos símbolos do São João, com 16 metros de altura e com iluminação que caracterizava fogueira acesa, só que toda ornamentada com lâmpadas coloridas e feita com material reciclável, foi montada no centro do “arraiá”.
Segundo a prefeita Fátima Nunes (DEM), além da fogueira, toda decoração foi confeccionada pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) com materiais recicláveis, a exemplo das garrafas pet que são recolhidas das ruas, lavadas e usadas em projetos que promova o bem estar da comunidade.
Para a prefeita, a decoração é fundamental, pois traz o espírito e fantasia para a festa. As bandeirinhas de várias cores feitas de papel colorido são clássicas e foram penduradas por todo o local da festa, além de balões coloridos para árvores e postes, tudo produzido ecologicamente correto.
“As pessoas no CAPS e amigos nossos, estão envolvidos no projeto de preservar o meio-ambiente e nos ajuda a separar, recortar, pintar, colar e no final, o resultado, é esta beleza que estamos vendo aqui na festa de São João de Euclides da Cunha”, falou a chefe do executivo.
Ela lembrou também que os bonecos, no inicio do mandato eram dois, hoje já são quatros, sendo que os primeiros receberam o apelido de João e Maria, também foram confeccionados por materiais reciclados e se tornaram símbolos das festas populares da cidade sendo “vestidos”, de acordo com a festa. Eles são usados para animar os ambientes e com destaque para o período junino e no final do ano, quando uma praça da cidade é transformada em presépio.
“Arraiá” lotado todos os dias – Segundo a comissão organizadora, passaram pelo menos vinte mil pessoas por noite. O deputado federal José Nunes (DEM), esposo da prefeita, ficou satisfeito com a festa. Ele, apesar de visitar outros municípios neste período, arrumou uma agenda de forma que todas as noites, parte deste tempo fosse dedicado a participar do “arraiá” do Cumbe. “Belíssima ornamentação, boa estrutura, boas atrações, muitas delas reconhecidas nacionalmente e sobre tudo a tranquilidade como tudo aconteceu”, destacou o parlamentar.
Ao supervisionar o “arraiá” ao lado da prefeita, Nunes disse que o evento teve a parceria da Bahiatursa, Petrobrás e do Ministério do Turismo. Segundo ele, foi feito um trabalho de articulação resultado nesta parceria e para o ano de 2012, o evento contará com emenda do orçamento que será apresentado por ele este ano. “Esta é um festa estimada em R$ 700 mil”, afirmou.
Fazendo questão de pousar ao lado da esposa prefeita, o deputado José Nunes falou ao CN que o São João de Euclides da Cunha cresceu bastante em relação ao período que exerceu o mandato de prefeito. Na época o evento acontecia no centro da cidade e por ser o maior da região, foi necessária a construção de um “Forródromo”, localizado no Bairro Jeremias, ás margens da BR 116/Norte.
As quadrilhas abriam as noites de festa com as músicas comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favoreciam ao cadenciamento das marcações sob a coordenação de marcador que determinava as figurações diversas que os dançadores deviam desenvolver. A maioria delas optou pelo tema veiculado ao sertão e se vestiram de matuto, ou seja, indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas. Apresentaram as quadrilhas dos povoados de Serra Branca, Caimbé, Carnaíba e Serra Vermelha. Estas apresentações vêm resgatando a festa tradicional do município e valorizando a cultura junina, da qual as quadrilhas fazem parte.
Além de Flávio José, ou como é carinhosamente conhecido, o Rei do Xote, que fez uma multidão dançar no arrasta pé, esquentando o clima na noite de sexta-feira (24), passaram pelo palco principal durante os quatro dias, atrações regionais e forrozeiros conhecidos do grande público a exemplo de Silvano Sales, Caciques do Nordeste, Desejo de Menina, Bonde do Calypso, Forrozão Saracura e Desejo de Mulher.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas