Professor há 14 anos, lecionando atualmente nas escolas estaduais de Bandiaçu e Yêda Barradas, o vereador Danilo Ramos (PT), vem sendo alvo de comentários por parte dos internautas em todas as matérias relacionadas às greves dos professores na rede municipal ou na estadual, especificamente no caso da UNEB. Ele é citado como defensor da greve na rede municipal de educação, por ser vereador da oposição e defende o governo no caso da greve dos professores da UNEB, por ser integrante do PT, partido do governador Jaques Wagner. Ele nega que esteja agindo assim.
Questionado pelo CN, disse que participou de todas as greves que tiveram no plano estadual, inclusive no governo Wagner em 2007 e apoiou todas no plano municipal. “Considero legítimas as reivindicações da categoria que não foram atendidas no plano de carreira, principalmente aquelas que garantiriam as diferenças de categorias e níveis nos reajustes anuais e a que no momento da mudança vertical o docente ou a docente permaneceria no nível que já estava e não no primeiro nível da próxima categoria”, declarou o parlamentar.
“Saliento que o veto do prefeito não resolveu este último problema porque não amarrou em lei o que ele coloca na justificativa do veto que o professor manteria o nível. O veto acabou por fragilizar os avanços conquistados no plano no que se refere à progressão na carreira”, continuou o vereador.
Sobre a greve dos professores da UNEB, ele considera legítima e avalia a cláusula número dois, que o governo colocou e impede novas reivindicações salariais nos próximos quatro anos, diante do acordo de incorporação da gratificação de mesmo período é equivocada e o decreto de contingenciamento é uma política geral de governo, segundo Danilo.
Ele disse também que o governador Jaques Wagner já sinalizou publicamente que não atinge as universidades e o movimento pede uma agenda para resolver os problemas acumulados dentro do mérito das questões que norteiam. “O decreto, acho salutar. Vejo que neste ponto governo e movimento avançaram quanto à cláusula e percebo que o governo cede ao reabrir as negociações e que a nova proposta apresentada pelo movimento pode sensibilizar o governo e mantenho assim minha linha de raciocínio anterior que movimento e governo devem ceder para que o impasse seja solucionado”, afirmou.
Outro ponto que o vereador considerou importante para as negociações avançarem foi o pagamento imediato dos salários. Para ele, a gestão de educação no atual governo alcançou avanços importantes em relação às gestões anteriores e que o governador Wagner vem desenvolvendo uma política importante de reestruturação do estado baiano e deve manter esta linha.
Sobre o protesto da professora da UNEB durante o Congresso do PT em Riachão do Jacuípe, que discordou da condução da gestão de educação do governo do estado, Danilo disse que a conhecia desde os tempos de universidade e considerava sua indignação correta, mas achou que exagerou um pouco no evento, no entanto, respeitava e não admitiria qualquer condução arbitrária em relação a ela.
Danilo tem atitude factóide – Entendendo que o vereador petista tem posições inversas nas greves dos professores municipais e da UNEB, o secretário de gabinete do governo municipal de Coité, Eudes Mateus, disse ao CN que o vereador Danilo tem atitude factóide, pois acha razões para defender o governo na greve da UNEB e atacar a prefeitura na greve municipal.
Sobre esta colocação do secretário mais próximo do prefeito Renato Souza (PP), Danilo, disse que a achou estranha e deselegante, por se tratar de um colega professor que leciona na escola estadual de Bandiaçu, onde também ensina. “Quem conhece a minha história de lutas, inclusive conhece minhas posições sobre a greve das universidades estaduais, sabe que não trato a luta histórica de uma categoria, ainda mais a de professor, produzindo factoides respeito à classe trabalhadora e isso para mim é princípio de vida. Por fim considero a posição do secretário Eudes mesquinha e irresponsável. Estou tranquilo e com minha consciência em paz e seguirei firme na luta em defesa da valorização docente e da educação pública gratuita e de qualidade como sempre fiz”, concluiu.
Por: Valdemí de Assis/ fotos: Raimundo Mascarenhas