Numa manhã bastante concorrida em um auditório dO Grande Hotel Stella Maris em Salvador, na manhã desta quinta-feira, 21, foi lançado o Plano Safra 2011 – 2012 e contou com a presença ilustre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Jaques Wagner, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o secretário estadual da Agricultura, engenheiro
agrônomo Eduardo Salles.
Milhares de pessoas lotaram o auditório, cujo público era na grande maioria, pessoas ligadas ao setor da agricultura, como secretários de agricultura, lideranças sindicais e dirigentes de entidades e orgãos que atuam diretamente no setor agricola. Contou com a participação do chefe de gabinete da Seagri, Jairo Carneiro; do presidente do Incra, Celso Lacerda; do diretor do BNB, Paulo Ferraro; de diretores do BB; do representante da Fetraf, Rosival Leite; do presidente da Fetag, Claudio Bastos; do superintendente do Senar, representando também João Martins, presidente da Faeb, Geraldo Machado; Rose Pondé, superintendente da Conab; Marcelo Nilo, presidente da Assembléia Legislativa, e José Carlos Vaz, secretário de Política Agrícola, representante do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, alem de praticamente todos os secretários de governo, 26 deputados estaduais, dois senadores e seis deputados federais e representantes dos movimentos sociais.
Ex- presidente Lula um dos primeiros a discurssar – O primeiro discurso foi feito pelo presidente da FETRAF, depois Cláudio Bastos da FETAG e Lula, que mais uma vez provocou risos e expectativa do que tinha para falar ao público. E os risos foram logo no inicio quando começou a saudação, ele falava das entidades, mas não dizia os nomes do seus representantes, ” Seis meses depois ja perdir o costume e estou esquecendo dos nomes das pessoas”, disse.
Mas a partir daquele momento descontraido, Lula contou uma historia de conhecimento da vida do campo, destacou que 39 milhões de pessoas pobres ascenderam à classe média no País depois que seu governo e o da presidente Dilma investiram em programas de inclusão social. Lula disse que foram esses novos consumidores que impulsionaram o crescimento da economia brasileira, comprando não somente mais e melhores alimentos, mas também sapatos e roupas e até eletrodomésticos como fogão, geladeira e televisor. “É uma bobagem dizer que o pobre só quer ganhar o reino do céu, ele quer ganhar o céu aqui na terra mesmo. Queremos que todos vão para o céu agora e queremos ir ainda vivos”, afirmou Lula, arrancando risadas dos participantes que lotavam o auditório.
Lula destacou os avanços conseguidos no Brasil, principalmente na Bahia, pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo ele, o Pronaf historicamente financiava muita gente na região Sul do País, especialmente o Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e, em menor escala, o Paraná e São Paulo. “Quase nada era destinado aos financiamentos para os agricultores do Nordeste. Em 2003, identificamos a necessidade dos trabalhadores tomarem dinheiro emprestado para acabar com a sobrevivência somente com macaxeira e feijão de corda, como era a vida de minha mãe lá em Guaranhuns”, afirmou . “Hoje, o agricultor tem que continuar plantando coisas para sua alimentação, mas também plantar mais para vender o excedente e poder comprar roupas e televisão. Tem que perder o medo de ganhar pouco dinheiro”, destacou o ex-presidente.
No final de seu improviso, Lula afirmou que com as descobertas de petróleo no pré-sal do mar brasileiro é importante o País criar mais estaleiros navais. “A Bahia tem que implantar seu porto no Sul do Estado e também receber a criação de um estaleiro. A luta por essas conquistas e outras mais ainda vão fazer o companheiro Wagner perder muito cabelo pra fazer tudo que tem de fazer”, brincou Lula com o “Galeguinho”, seu amigo de longa data.
O governador Jaques Wagner destacou que “o desafio do mundo é o alimento, e nós temos que produzir mais e melhor”, assinalando que o Plano Safra do Estado contempla uma série de contribuições para o fortalecimento e a expansão da agropecuária baiana, responsável por 24% do PIB, 30% dos empregos e 37% das exportações.
“Os números obtidos pela agropecuária da Bahia demonstram a experiência bem sucedida do governo do estado em valorizar a agricultura familiar”, assim afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ao avaliar que o lançamento do Plano Safra 2011/2012 consolida as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. As ações que estão sendo implementadas pelo governo da Bahia, através da Seagri, seguem as diretrizes do governo federal, que visa estimular o crescimento de programas voltados para o produtor rural.
Segundo Florence, o Plano Safra reforça o atendimento a agricultores familiares do semiárido baiano, que vivem situação de extrema pobreza. Se em 2006, a Bahia contava apenas com pouco mais de seis mil famílias atendidas, para 2011/2012 o estado passará a ter 200 mil cotas do Garantia Safra. O seguro é pago ao agricultor familiar quando há uma perda da safra igual ou superior a 50% da produção no município que aderiu ao Programa. “O plano Safra aperfeiçoa as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar. Ele combina aumento da produção de alimentos, geração de emprego e renda no campo e promoção da organização econômica dos agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais.”, diz Florence, definindo a agricultura familiar como a “coluna vertebral” no processo de sustentação e desenvolvimento brasileiro.
Eduardo Salles fez a apresentação do Plano, dando ênfase aos avanços exponenciais obtidos nos últimos anos, entre eles a prestação da assistência técnica, que saltou de 80 mil em 2008 para 316 mil assistidos em 2010/2011, com projeção de 400 mil para a safra 2011/2012. No Programa Garantia Safra, disse ele, a adesão na safra 2006/2007 foi de 22 municípios e 6 mil agricultores, números que para a safra 2011/2012 saltam para 267 municípios e 200 mil cotas
Esta foi à terceira vez que o Governo do Estado lançou um Plano Safra, disponibilizando R$ 4,2 bilhões em recursos estaduais e federais, por intermédio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agricultura, o que representa 14,7% a mais em relação à safra passada. Do total de recursos, R$ 1,5 bilhão será destinado à agricultura familiar (50% a mais em relação a 2010).
Para o prefeito de Pintadas, Valcir Rios (PT), este plano é muito importante, principalmente para região que não tem garantia climática, como é o exemplo do município que ele administra. “O agricultor quando planta fica sempre com um pé atrás e na dúvida se planta ou não planta, e com a garantia que será remunerado, fica mais tranqüilo”, relatou Rios. Ele lembrou que nos últimos três anos houve perda da safra em Pintadas, pois choveu fora de tempo e houve perda do plantio de feijão.
Segundo o prefeito Valcir, as famílias beneficiadas com o programa em Pintadas vem crescendo a cada ano e no plano 2011/2012, estima-se que o número de família cresça para 400. Em 2010 foram beneficiadas 300 famílias.
No território do sisal, a APAEB vem realizando um trabalho de assistência técnica através de convênios com a SEAGRI, MDA e SEDES. Ismael Ferreira foi à solenidade representando a entidade e demonstrou uma preocupação com os recursos, pois, segundo ele, dinheiro tem, mas nem sempre são aplicados, daí a luta para capacitar os agricultores e orientar na sua aplicação.
A diretora geral da Fundação APAEB Maria Rita Alves Ferreira da Silva, também compareceu ao evento.
Para as Cooperativas da Agricultura Familiar e economia solidária foram liberadas R$ 20 milhões, dos quais R$ 8 milhões para as Cooperativas do Itapicuru, Serrinha, Araci e R$ 3 milhões para as Cooperativas do Território do jacuípe, segundo informações de Robson Silva Sena, presidente da ASCCOB.
O vereador de Conceição do Coité, Edvaldo Evangelista (PT), que também é líder sindical, ficou satisfeito com o ato de lançamento do programa e chamou atenção para os avanços na agricultura depois dos governos Lula e Wagner. Ele lembrou que na Bahia existem vários programas de incentivo à agricultura familiar, a exemplo do Pronaf, do Crédito Assistido, da aquisição de alimentos, com o apoio da Conab, do juro zero para a compra de tratores, da distribuição de sementes e de alevinos, para quem tem criatório.
O vereador que é agricultor familiar disse que é a maior oportunidade que o produtor tem para plantar com segurançã. Ele ressaltou também que outro fato mmuito importante que a conteceu foi a assinatura de um convênio do Governo da Bahia para aquisição de produtos da agricultura familiar, que servirão as escolas da rede estadual.
Por: Valdemí de Assis / informações SEAGRI – fotos: Raimundo Mascarenhas