A presidenta Dilma Rousseff chegou ao parque da cidade de helicóptero ás 16h55 desta quarta-feira, 17, quando o público já demonstrava sinais de cansaço e o desejo de pegar a estrada, segundo a Contag cerca de 70 mil mulheres estava no pavilhão da Expo Brasília com o desejo de ouvir a resposta da presidenta sobre a pauta de reivindicações que fora entregue a ela anterior a Marcha das Margaridas.
Houve atraso de quase duas horas do horário previsto para a programação de encerramento, o que provocou descontentamento das “Margaridas” que depois de três dias na cidade, muitas delas com mais de 48 horas de viagem pela frente, começaram a cantar o refrão: ai, ai ai ai ai ai ai ai, está chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem e tenho que ir embora…, “ ô Dilma, cadê você, eu vou embora sem te ver!
O resultado do atraso não impediu que as pessoas vissem a presidenta, mas, pelo menos 30 % já estavam no lado de fora se arrumando para a viagem quando a primeira mulher presidenta discursava.
Antes de fazer uso da palavra a presidenta fez a entrega do caderno de respostas às reivindicações feitas a Carmen Foro, secretária de Mulheres da Contag. A presidenta se auto intitulou margarida e usou, durante todo seu discurso, um chapéu de palha com fitas roxas, símbolo das trabalhadoras rurais e do evento.
No início de seu discurso, a presidenta lembrou que recebeu o convite para 4ª Marcha das Margaridas assim que tomou posse e isso influenciou em sua ida ao evento. Dilma também falou das reivindicações feitas. Ela afirmou que o Governo Federal ainda não acatou todas as exigências, mas se comprometeu em continuar conversando. “Muitas das demandas foram acatadas, outras demandas nós vamos continuar a conversa. A maior conquista dessa marcha das margaridas é a continuidade do diálogo com o governo. Eu me comprometo a dar continuidade a esse dialogo respeitoso e companheiro que nós temos, iniciado no governo Lula”, prometeu a presidenta.
Antes de Dilma, discursaram o presidente da Contag, Alberto Broch, comemorou a realização da marcha e assegurou que este é um momento histórico na vida das mulheres do campo. Alberto se emocionou em alguns momentos e citou as mulheres como fundamentais na continuidade de vida no campo. “Desigualdade, violência e falta de poder aumentam o êxodo rural. Queremos um campo com gente, com rostos humanos, com homens e mulheres construindo o fortalecimento rural sustentável e, nesse papel, as mulheres são fundamentais”, assegurou. Brock pediu também um novo modelo para a reforma agrária nos pais.
Depois o governador de Brasília Agnelo Queiróz , a ministra Irini Lopes da Política Especial para as Mulheres que destacou a importância de uma mulher na presidência, e, Carmen Foro que bastante emocionada teve o discurso interrompido em dois momentos.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas