O prefeito de Retirolândia, José Alberico Silva Moreira, (PMDB), “Bequinho”, acompanhou no final da tarde de terça-feira (09), a equipe do CN a Comunidade de Lagoa Grande, distante 18 km da sede do município, onde a Prefeitura está limpando a maior barragem da região. “Além desta, estamos também limpando outra, também grande, na comunidade do Alecrim, pois no momento só tem água no conhecido açude do Contador”, falou Bequinho.
O prefeito afirmou que não deixará as famílias sem abastecimento d’água, mesmo tendo que custear com recursos próprios e isto ja vem acontecendo há 90 dias, com os carros-pipa. “Contamos com o apoio da CORDEC, porém o convênio encerrou há três meses e não foi renovado. Estamos decretando mais uma vez estado de emergência para que possamos receber este beneficio. Mesmo com dificuldade, vamos apoiar a população com a limpeza dos tanques, quantos sejam necessários. Cada caminhão-pipa tem a capacidade de transportar de 7 a 8 mil litros d’água e atualmente foram contratados dois, e cada um chega a colocar 17 a 20 viagens por dia.
Segundo o prefeito, para facilitar e adiantar o atendimento, os caminhões são deslocados para as comunidades polo da região e lá são organizadas o atendimento das famílias buscando água no local mais próximo. Bequinho lembrou que durante os três anos de mandato não enfrentou problemas com falta d’água e disse ao CN que a região está passando por uma situação que não se via há muito tempo.
De acordo com o presidente da Associação Comunitária de Lagoa Grande, Laudelino Santiago, mais conhecido por Lozinho, desde março, considerado um dos melhores meses para a agricultura de subsistência das famílias, as plantações estavam praticamente perdidas, pois o inverno havia “falhado”. “Nossa situação aqui em Lagoa Grande se agrava, pois o único lugar que tem água para pegar com carro-pipa é uma barragem chamada de Lagoa, que foi limpa e ampliada pela Prefeitura e um dos herdeiros está criando problema para não deixar pegar água, porém o local é público”, desabafou o líder comunitário.
Para o criador Aldo Correia da Silva, 22 anos, que tem um rebanho de pequenos animais, entre carneiros e ovelhas, o mato está todo verde, fruto de umas poucas precipitações, que são insuficientes para “segurar” o plantio, mas o bastante para criar à falsa idéia de que está tudo sobre controle, quando, na realidade, os moradores enfrentam um fenômeno já bastante conhecido chamado de “seca verde”. “Eu já estou dando ração aos bichos, apesar do mato verde, que não é suficiente e nós estamos temendo que a situação se complique”, desabafou o jovem criador Correia.
Cerca de 300 famílias moram na comunidade de Lagoa Grande, dentre elas, Adriano Nepomuceno Gonçalves, 28 anos, pai de 02 filhos. Ele contou a equipe do CN que esta construindo sua residência e não tem como continuar a obra por falta de água, pois estava pagando R$ 20,00 por cada viagem com mil litros d’água.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas