Desde o início da manhã que a população coiteense teve um feriado da Independência do Brasil bem movimentado. Além dos desfiles cívicos que ainda sobrevivem, os movimentos sociais da Igreja Católica participaram desta data que significa um marco patriótico e histórico, o corte do vínculo colonial entre o Brasil e a coroa portuguesa em 1822.
As movimentações do feriado começaram cedo. O Grito dos Excluídos, evento realizado anualmente pela Igreja Católica, saiu às 9h em carreata ao povoado de Laginha onde foi feita uma passeata para o lixão da cidade. Além da fala de uma moradora das imediações da localidade reclamando do descaso público com a situação do lixão ao céu aberto, aconteceu a celebração da vida presidida pelo pároco Pe. Charles Santana. Esse ano a movimentação teve como tema: “Pela vida grita a terra… Por direitos de todos nós!”, cuja temática ambiental predominou as discussões deste ato final da 9ª Semana da Cidadania, realizada no Centro Comunitário da Paróquia desde o dia 1º.
Pela primeira vez em mais de dez anos de realização do grito, um gestor municipal participou do ato. Estiveram presentes, além da comunidade católica, o prefeito Renato Souza acompanhado pelo presidente da câmara, vereador Nego Jai. Participaram também os vereadores Betão Gordiano e Edvaldo do Sindicato, o presidente do PT coiteense Assis da Caixa e o presidente do PMDB Alex Lopes.
Pela tarde, com a avenida principal do comércio coiteense lotada, aconteceram os desfiles cívicos. Por volta das 16h, a filarmônica Genésio Boaventura e a Banda Marcial Escudeiros de Coité se apresentaram. Em seguida, de forma inédita, o corpo de voluntários da Brigada Anjos da Vida desfilaram pelas ruas cidade e encerrando as festividades locais do feriado, já no final da tarde, foi a vez do desfile da escolinha Menino Jesus, a única escola da cidade que sustenta a tradição de mostrar o amor pela pátria há 18 anos.
Deixa a desejar a força de vontade dos poderes públicos de ajudarem a resgatar a cultura patriótica dos desfiles, inclusive na organização do centro da cidade. Onde estão as escolas municipais e estaduais que antes realizavam verdadeiras festas nesta data? Não existe incentivo. Se não fosse a iniciativa privada e as associações filantrópicas a data da Independência do Brasil em Conceição do Coité passaria em branco.
(Victor Pinto / Jornal Correio do Mês/ foto: Lucas Pinto)