Para combater o abate clandestino, a Seagri/Adab idealizou, em caráter complementar ao Programa de Regionalização e Modernização do Abate na Bahia já implantado, o Projeto de Descentralização do Abate, que propõe uma planta modelo para matadouros frigoríficos de pequeno porte. Este projeto, que obedecerá aos preceitos regulamentados pelo MAPA para instalação e funcionamento, regulará o abate de bovinos, caprinos e ovinos, dirimindo os problemas de saúde pública ocasionados pelo abate clandestino.
Os municípios contemplados com a construção destas unidades frigoríficas, localizados distantes dos pólos já implantados e com localização estratégica, embora com pequena capacidade de abate, atenderão à demanda local com geração de emprego e renda, trazendo para a população a garantia da qualidade da carne consumida.
Após a construção destes matadouros e, ainda, pelo incremento de outros matadouros já em construção nos municípios de Irecê, Ipirá, Seabra, Itiúba, Riachão do Jacuípe, Poções, Miguel Calmon, Muquém do São Francisco e Guanambi, a situação do parque frigorífico do estado terá outra dimensão no cenário nacional.
Na busca do fortalecimento de suas ações de defesa, a Adab conquistou a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI), braço operacional do Sistema Único de Atenção a Sanidade Agropecuária (SUASA) e que possibilita aos estabelecimentos aderidos a este sistema a comercialização de seus produtos em todos os estados da federação. Assim, as ações estratégicas de consolidação do parque industrial frigorífico do estado têm demonstrado eficácia no combate das práticas ilícitas de abate, proporcionando à população uma maior oferta de produto seguro.
Quanto às estruturas de distribuição da carne bovina na Bahia observa-se, em semelhança aos demais estados, realidades bastante distintas entre si: uma caracterizada pela distribuição e comercialização das grandes redes varejistas e das boutiques de carne, atendendo a um público exigente e sofisticado; e a outra que, embora seja a que atende a grande massa populacional, carece de infra-estrutura para o seu funcionamento, configurando-se em um risco potencial para a saúde pública.
Cadeia produtiva da carne
A cadeia produtiva da carne tem a participação de diversos elos, o que a configura como uma importante fonte para geração de emprego e renda. Dentre esses segmentos destacam-se a indústria de insumos, que fornece equipamentos agrícolas, vacinas, sal mineral e ração animal, os produtores rurais, responsáveis pela cria de bezerros, recria de bois magros e engorda, os frigoríficos que fazem o abate, podendo ter ou não instalações para desossa e embalagem dos cortes cárneos, e a rede varejista dos supermercados e açougues, que preparam a carne para a venda ao consumidor final
Prefeitura proverá a infra-estrutura
Caberá a prefeitura dotar as instalações do mercado da infra-estrutura básica como o fornecimento de água, energia, sistema de esgotamento sanitário, entre outros. Estas unidades municipais deverão, ainda, disponibilizar instalações anexas como vestiários e sanitários para os funcionários que estiverem em atividade no entreposto, bem como prover a estrutura física que servirá de base para colocação do conjunto de equipamentos.
O material desossado e manipulado neste entreposto irá abastecer os boxes do mercado municipal e centrais de abastecimento para sua comercialização. Estas unidades serão em número variado, de acordo com a densidade populacional da localidade. As dimensões mínimas recomendadas são de 3×3 metros, onde trabalharão, em média, dois funcionários.
Para atender as exigências legais e eliminar os riscos de contaminação, os marchantes terão que dispor de uma estrutura básica com balcão frigorífico, máquina de serra fita, mesa, facas apropriadas e placas de polipropileno, além de pia para higienização de mãos e utensílios.
Ascom Seagri – 3 de outubro de 2011
Pedro Rúbio – DRT-Ba 932