O aposentado Arnaldo Andrade, 65 anos, residente no centro da cidade de Retirolândia pode contar que não precisa esperar o dia de finados para ir ao cemitério, já que a rotina começou desde o sepultamento do filho, o mecânico de motos conhecido por Levorinho no dia 23 de novembro de 2005, vitima de acidente de moto na cidade de São Paulo.
Segundo ele, daquele período para cá, nunca ficou um único dia sem pisar no cemitério duas vezes por dia, “Eu vindo aqui me traz conforto, é como se ele estivesse ao meu lado”, conta. Arnaldo disse também que sua ida ao cemitério é para zelar da sepultura, porém sofreu com a falta d’água e precisava levar dois baldes nos braços saindo de sua casa. “Aqui melhorou bastante, agora a prefeitura colocou água encanada e ajeitou a Capela que só tinha entulho, revelou o aposentado.
Familiarizado com o funcionamento do cemitério, “Seu Arnaldo” tem uma copia da chave e entra a qualquer momento para cuidar da cova do filho. “Neste tempo que tenho aqui, não tinha visto nenhum prefeito se preocupar com os nossos mortos e com esta área que é a casa de nós todos”, concluiu.
Há três anos cuidando do cemitério, o coveiro José Antônio Bonfim, “Tota”, disse ao CN que as visitas aumentaram em relação a 2010. Segundo ele, um dos túmulos mais visitado foi de uma senhora conhecida na cidade com Dona Joana, que faleceu há dois meses vitima de infarto. “Ela era um pessoa muito boa, fazia muita caridade e o povo vem me perguntar onde é sepultura dela, pois ainda não foi colocada à informação na placa”, justificou Tota.
As ações agradaram também outras pessoas que foram visitar os túmulos dos entes queridos e beneficiados com os investimentos realizados pela Prefeitura, a exemplo de Joseilton Araújo Brito, 34 anos, que aproveitou para molhar o jardim sobre o tumulo da sua mãe Joana Brito Araújo, que faleceu vitima de infarto em 27 de novembro de 2010.
Rosimeire Santos, residente na Rua Miguel Passarinho, foi visitar o tumulo do pai Martinho Ferreira da Silva, que era conhecido por Martim e faleceu há dois anos. “Aqui só tinha mato e espinho. Quando a gente vinha aqui saía com a roupa cheia de carrapicho e hoje tudo estar bem diferente”, falou Rose, com é conhecia a jovem que estava acompanhada da amiga Iara Silva, que foi colocar flores sob o tumulo do avô e da aposentada Valdelice Silva, 68 anos, viúva há nove anos. “Tem que ter zelo com o cemitério, pois aqui é morada certa de todos nós”, falou Dona Valdelice.
Novos jazigos estão sendo construídos por familiares das pessoas foram sepultadas no cemitério, a exemplo do tumulo da senhora Maria Welma Rios Magalhães, cuja obra foi concluída na véspera do dia de finados e a Prefeitura pretende organizar os terrenos vazios para facilitar as novas construções.
O prefeito José Alberico, “Bequinho” (PMDB), esteve pessoalmente na manhã de quarta-feira no cemitério e conversou com as pessoas que lá estavam. Ele disse ao CN que irá abrir uma Avenida no lado direito (sentido centro da cidade), reformar a capela num centro de velório, bem iluminada, com banheiros e segurança. “É idéia nossa adquirir áreas de terras nos maiores povoados para construção de cemitérios nestas comunidades, pois atualmente todo sepultamento tem que ser na cidade, superlotando o cemitério”, garantiu o chefe do executivo.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas