O “pai de santo” Estelito Ferreira Lima, 53 anos, tem chamado atenção por onde passa, ao exibir a intimidade com a cobra coral, que segundo ele é de estimação. “Já fui picado por muitas inclusive cascavel e a única coisa que faço é chupar o lugar da mordida e pronto”, contou humorado o pai de santo proprietário do terreiro Rei Sultão das Matas, situado no bairro da Pampulha, na cidade de Conceição do Coité. Em se tratando de criação de animais de estimação, Estelito Ferreira, é com certeza um excêntrico.
O pai de santo aproveita, sempre que pode, para passear com ela, como fez ao visitar uns clientes na região de Laginha, zona rural do município de Retirolândia, distante 10 km de Conceição do Coité.
Ele disse que têm fascínio pelos répteis desde criança e não se incomoda em beijar, colocar na boca, enrolar no pescoço, pois sua intenção é criar como animal de estimação.
Para muitos, segundo Extelito, as cobras são animais peçonhentos e repugnantes, que geram medo e ele tem dúvidas se são venenosas ou não. Mas é certo que possuem características que sempre fascinaram os seres humanos, e que acabam por levar a superstições, lendas e até mesmo a mitos religiosos. As cobras fazem parte de um seleto grupo de animais, que são capazes de conceder uma morte rápida e dolorosa ao mesmo tempo, com uma simples mordida.
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As corais são serpentes de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo. Há corais peçonhentas e não-peçonhentas, mas é difícil a distinção, possível apenas pelo exame minucioso da posição das presas ou da qualidade dos desenhos (anéis). As cobras-coral existem na América do Sul, América Central e Sul dos Estados Unidos da América. É também conhecida pelos nomes cobra-coral-venenosa, coral-venenosa, coral-verdadeira, ibiboboca, ibiboca e ibioca.
As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, das cascavéis. As presas das corais são pequenas e podem estar localizadas na porção anterior da mandíbula (dentição proteróglifa).
A coral tem hábito noturno e vive sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição. Para se defender, geralmente levanta a sua cauda, enganando o ameaçador com sua forte coloração; este pensa que é a cabeça da cobra e foge para não ser atacado. As atividades diurnas estão ligadas às buscas para reprodução e à maior necessidade de aquecimento que as fêmeas grávidas apresentam. Após o acasalamento, a fêmea posta de 3 a 18 ovos, que em condições propícias abrem após uns 90 dias. Dada a capacidade de armazenar o esperma do macho, a fêmea pode realizar várias posturas antes de uma nova cópula.
Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada, a cobra-coral rapidamente contra-ataca, por isso recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida e luvas de couro, bem como evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc. A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, procurando-se, se possível, capturar a cobra ainda viva. Deve-se evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para que o veneno não se espalhe mais rápido no corpo. Deve-se também evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, (técnica usada pelo pai de santo) isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc., sendo o soro a melhor opção.
Existe um antigo ditado para distinguir uma coral verdadeira da coral falsa: “Vermelho com amarelo perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado, pode ficar sossegado”.
Por: Valdemí de Assis * com informações Wikipédia e fotos: Raimundo Mascarenhas