Começou nesta terça, 13, e vai até quinta-feira, 15, o julgamento do futuro do policial civil Marcelo Silva Souza acusado de participar da morte de Sidney Santana Rocha, 26 anos, na cidade de São Domingos no dia 5 de julho de 2011 juntamente o vigilante José Roberto Martins dos Santos. 17 pessoas que estão no inquérito entre o acusado e testemunhas contra e a favor do policial, serão interrogados pelo presidente da Comissão de Processo Administrativo da Corregedoria da Policia Civil de Salvador. Nos próximos dias será decidida a permanência ou não do agente na corporação.
Se depender das quase cem pessoas que se deslocaram de Feira de Santana em dois ônibus e uma Van, para frente da delegacia de Conceição do Coité, o policial será absolvido.O grupo chegou por volta das 10h e portando faixas, cartazes e apitos fez muito barulho a fim de chamar a atenção das autoridades de que o acusado não é um marginal para está preso a cinco meses. A esposa do policial Lilian Moreira Souza, disse que o marido não é um bandido, “julgam ele como sendo um assassino, como pode ele ter matado uma pessoa se ele foi chamado para prestar socorro à vítima, ele a levou para o hospital, viu a enfermeira colocar o soro no rapaz, como ele matou? Marcelo tem o coração puro gente, uma pessoa que sempre foi voltada para ajudar as pessoas, quantas ligações eu recebi de São Domingos de pessoas solidarias a mim e a Marcelo por ele ter atuado sempre no cumprimento do seu dever com o cidadão e o estado”, falou emocionada a esposa.
O casal tem três filhos de dois, sete e doze anos, fala que o sofrimento é muito grande entre todos. “A lei às vezes é muito injusta, Marcelo no cumprimento do seu dever se envolveu no caso desses por está trabalhando, ele não matou o rapaz e está na grade durante todo esse tempo. Eu pensei que não fosse passar todo esse tempo, que ele iria ser ouvido e poderia ser solto para responder as acusações em liberdade, acontece isso com muitos assassinos confessos, ele não é assassino e permanece preso e familiares e amigos sofrendo” desabafou.
O grupo que veio a Conceição do Coité é formado por membros da igreja Batista Hosana do Bairro Sobradinho, inclusive o pastor da congregação Antônio Magalhães e o capelão Eduardo Carvalho. O pastor disse que Marcelo é pessoa de boa conduta e acredita que a justiça dos homens e de Deus seja feita. O capelão disse conhecer Marcelo há 17 anos e classificou como pessoa de bem. O amigo Hebert Porto disse que o conhece desde a infância e tem acompanhado sua atuação de pai e profissional e não merece passar pelo que vem passando.
A professora Arlinda Maria Conceição, contou ao CN que em 2002 Marcelo foi reconhecido pelo Programa Amigos da Escola, pela sua boa vontade em ajudar as crianças e adolescentes ensinando a pratica de educação física, natação, inclusive para crianças cegas, basquete ball, fato que elevou o nome da escola quando conquistou troféus e medalhas em competições.
Para a educadora foi uma surpresa muito grande quando recebeu a notícia que Marcelo teria cometido um crime, disse não acreditar e que os homens que as autoridades vão usar do bom censo para absolvê-lo.
O momento que emocionou a todos foi quando a avó de Lilian levantou-se da cadeira em frente à delegacia e disse:” eu tenho mais de 80 anos (84), se ele fosse coisa ruim eu estaria aqui?” Questionou.
Apesar do grande movimento em frente à delegacia a manifestação vem sendo pacifica desde o momento que iniciou a audiência.
Os familiares e amigos torcem pela absolvição de Marcelo, pois para eles, se o resultado dessas audiências for favorável ao policial, não o livra do julgamento na justiça comum, mas poderá pesar quando julgado. Caso a comissão entenda que o policial teve envolvimento direto no crime ele pode ser expulso da instituição, mas segundo informações, a expulsão definitiva só ocorrerá se também for penalizado pela justiça comum, caso seja absolvido tornará a decisão do processo administrativo inválido e ele poderá retornar as suas funções de agente civil.
Durante o tempo que nossa equipe permaneceu em frente a delegacia não registrou nenhum manifesto nem presença de familiares de Sidney Santana.
Por: Raimundo Mascarenhas