Professores de três colégios da rede estadual de ensino da sede de Conceição do Coité e dois na zona rural, decidiram pelo retorno a sala de aula no início desta semana. O primeiro foi o Colégio Durval da Silva Pinto que retornou as atividades na segunda-feira. Na quarta foi a vez do Iêda Barradas Carneiro e hoje (quinta-feira) 24 o Almir Passos – PEA.
O Durval e o Iêda Barradas retornaram sem um resultado da reunião realizada quarta-feira pelos professores de Conceição de Coité que foram a Salvador para uma assembléia na ALBA na terça-feira (22), com uma comitiva de quinze professores para saber informações mais de perto do comando de greve. Na assembléia geral da categoria na capital ficou decidido por unanimidade que o movimento de greve continua, pois o Governo permanece como iniciou, sem cumprir nenhum acordo e que agravou ainda mais com o corte no salário do mês de abril e a ameaça do novo corte no mês de maio, mesmo com tudo isso a categoria optou pela manutenção da greve.
Os professores disseram ao CN que saíram fortalecidos do que viram e ouviram dos manifestantes, mas receberam um “balde de água fria” ao tomarem conhecimento do retorno às aulas, por parte dos professores do Durval e a proposta de retorno do Iêda Barradas e PEA, este último segundo a diretoria teve a presença de 100% do alunado, mas não contou com todos os professores efetivos, apenas três, os outros foram do REDA, IEL e PST, inclusive a presença desses não concursados foi em razão de um boato que a DIREC havia circulado uma nota, que se eles não retornassem estariam sujeito a ter seus contratos cancelados. Mas informações posteriores davam conta que o diretor da DIREC José Givaldo negou ter divulgado qualquer nota.
Hoje está completando quarenta dias de greve porém são 30 dias letivo de paralisação, ou seja se tiver de iniciar hoje a reposição de aulas a quantidade corresponde a 30 dias, então ainda não existe procedência de cancelamento de ano letivo.
Razão do retorno dos professores
A volta dos professores as salas de aula automaticamente significa o enfraquecimento do movimento, mas entre o enfraquecimento do movimento de greve e o enfraquecimento do “bolso” está sendo uma das maiores probabilidades, pois muitos podiam duvidar que o salário fosse cortado, e foi cumprido, agora teme novo corte, pois já foram avisados.
Outro motivo está relacionado a reposição de aulas, as complicações da elaboração de um novo calendário que iria comprometer as férias. E por último a cobrança dos pais, cansados de tanta espera, eles estão procurando os diretores de escolas cobrando agilidade no retorno, em algumas escolas já aconteceu o pedido de transferência de escola que se mantém parada para aquelas que já retornaram as atividades, situação encarada como muito difícil para a direção.
Os professores que ainda resistem a proposta do Governo não estão dispostos a retornarem sem que algo tenha sido mudado, são 41 dias de paralisação e nada de concreto não foi proposto pelo governo.
Outro agravante será na reposição das aulas, pois em muitas escolas da sede estudam alunos da zona rural e esses alunos usam o transporte disponibilizado pela secretaria municipal de educação que deverá encerrar o ano letivo primeiro que o estado, resultando na paralisação dos veículos e não tendo como se deslocarem, poderão ocorrer aulas de reposição apenas para alunos da sede.
Conceição do Coité até sexta-feira quando o secretário de educação afirmava que 230 escolas já haviam retornado, não estava incluido nessas contas, podendo está contribuindo com o maior desejo do estado que é a volta ás aulas e a frustração da categoria, ter ficado durante esse tempo sem recompensa e no prejuízo.
Por: Raimundo Mascarenhas