Aconteceu na tarde desta segunda-feira, 07, no Centro Comunitário Padre Luiz Rodrigues em Conceição do Coité uma reunião dos professores de Conceição de Coité, considerada a maior desde que iniciou a greve há 26 dias. Os educadores decidiram acatar a decisão em assembleia geral da categoria realizada em Salvador e ganharam motivação, pois um grupo de alunos de diversos colégios iniciou um movimento nos meios sociais e marcaram presença na reunião para apoiar a classe.
“Nós precisamos mobilizar os alunos para ajudar os professores a cobrar do governo o cumprimento do acordo, pois não é interessante para a gente que professores e alunos retornem para sala de aula sem um resultado satisfatório para os professores, pois voltarão desmotivados e consequentemente não haverá rendimento no ensino”, declarou o estudante Márcio Lima, ele quem criou o facebook coité e já tem a adesão de quase dois mil amigos.
Márcio esteve acompanhado de Tayze Carneiro Pastor, 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual Duque de Caxias no distrito de Aroeira, ela quem deu a ideia a Márcio para “esquentar o debate no face”. Eu estou me sentindo muito prejudicada, nunca fiquei esse tempo todo sem aula, morei em São Paulo e me mudei para Coité e não conhecia greve. “Estou com minhas férias de junho comprometidas, estava com viagem marcada, mas pelo jeito não vou viajar, pois pode haver uma alteração no calendário e não ter as férias de junho, e, entre a viajem e meus estudos, eu prefiro estudar”,diz a estudante.
Raudiney Oliveira Maciel, 17 anos, estudante do Colégio Olgarina disse que resolveu aderir ao movimento por perceber que os professores estavam perdendo suas forças e teve seus salários cortados lutando pelos seus direitos, e nossa adesão é para o nosso bem, pois sabemos que a maioria dos alunos não tem muito interesse, mas o professor tá lá fazendo seu papel porque gosta da profissão e também recebe para isso.” Mas nada vai adiantar depois desse desgaste todo, a greve chegar ao fim sem nenhum avanço para a classe. Ai vamos ter nas salas de aula alunos e professores desinteressados e passar a brincar de ‘morto vivo’”.
Os professores muitos deles já “balançados” para voltarem às salas de aulas ouviram atentamente as declarações dos alunos e os aplaudiram. Nenhum dos educadores presentes se manifestou a favor do fim da greve, mas circulou a informação que docentes de dois colégios estão falando em desistir do movimento.
Muitos professores ainda se mantêm em greve solidários aos colegas que estão em Salvador desde 11 de abril realizando assembleias, discutindo, sendo expostos, e “não é justo eles, numa minoria em relação à quantidade de professores em todo estado, serem derrotados por nós mesmos, se optarmos por desistir. A conquista vai ser de todos, mas precisamos reconhecer a luta do pessoal que está todo dia em discussão em Salvador. A categoria resiste, pois sabe que historicamente este é o único caminho organizado que o trabalhador tem de se manter firme nos seus propósitos enquanto trabalhador e reivindicar pelos seus direitos salariais” ressaltou a professora Aloizia Barros.
A categoria ainda mantém a greve pelo não cumprimento do acordo assinado pelo governo em novembro de 2011 relacionado ao piso salarial nacional, aumento este de 22,22%.
Deste então os servidores que hoje completa 26 dias paralisados tiveram seu salários cortados e convocados a retornarem a sala de aula o quanto antes pelo governo pois segundo dados é 1.000.000 de alunos fora da sala de aula.
Agenda da greve em Coité:
Dia 08 de maio: Reunião do comando para encaminhamento da greve.
Dia 11 de maio: Mobilização nas ruas da cidade com participação da comunidade e todas as escolas. A mobilização de sexta vai iniciar no Centro Cultural e será finalizada na Praça da Igreja.
Por: Raimundo Mascarenhas