A situação vivida por professores e secretaria municipal de educação de Monte Santo não é nada diferente do que vem ocorrendo no estado, ou seja, a pequena diferença está na quantidade de semanas de paralisação. A greve no estado está na quinta semana e a de Monte Santo na segunda. Outro fato semelhante é que o tempo passa e não acontece diálogo e a cada dia o ano letivo fica mais comprometido.
Em Salvador os professores não saíram obedecendo o mandado da justiça, mas em Monte Santo a coisa foi diferente. Por volta das 10h de sexta-feira, 11, enquanto a APLB/Sindicato núcleo Monte Santo realizava ato publico pelo centro da cidade, foram notificados por um oficial de justiça que chegou com um mandado de desocupação da prefeitura onde estavam acampados a cerca de 10 dias pedindo a desocupação imediatamente do prédio. Nesse momento a representante legal da APLB núcleo Monte Santo e líder Alexandra assinou a notificação e conduziu a desocupação de forma pacifica sem apresentar resistência, “somos educadores e não baderneiros e não estamos aqui para problematizar. A saída pacifica surpreendeu algumas pessoas que torciam por um confronto entre professores e policia civil, deixando esses vermes desapontados e cabisbaixos”, disse a líder.
O professor Valfredo, do distrito de Pedra Vermelha conduziu os colegas para o memorial do grande personagem da guerra de Canudos, Antônio Conselheiro e a partir daquele momento foi dada continuidade ao ato público com vários professores fazendo o uso da palavra em um trio elétrico para explicar a população o real motivo da greve. “Não queremos apenas reajuste salarial e sim uma educação de qualidade. Não somos mercenários e sim professores”, frase repetida pelos educadores no ato. Depois continuaram acampados na praça.
Na tarde de domingo 13, aconteceu a inauguração da Praça Professor Salgado, nova sede da Prefeitura e uma Creche.”Durante a inauguração mais uma vez tentaram descredibilizar a classe dos professores do município através de discursos e distribuição de jornais com informações levianas “mentiras” afirmando que o piso salarial do município estava não só normal, mas sim, acima do que se é reivindicado pela classe.Tudo isso é uma grande mentira, pois só quando se junta os vencimentos e as gratificações é que se iguala ao piso, mas, todo cidadão sabe que o piso nacional não é a soma de vencimentos com gratificações” desabafou o professor Marciel Andrade. “E prossegue:” isso é vergonhoso propagar mentiras tentando jogar os professores contra a população, mas cada mentira se torna em credibilidade para a nossa classe. Enquanto isso a greve continua, pois, queremos uma educação de qualidade para o nosso município e até o presente momento a greve é legal, e não ilegal como foi divulgada em um programa de radio, acrescentou Marciel Andrade.
Por volta do meio dia de segunda-feira, 14, “para mostrar que a classe continua em greve os professores fizeram uma breve passeata em resposta aos representantes do poder público que dizem que apenas 70 professores aderiram a greve, mas são quase o dobro que fazem o revezamento na praça e segurando faixas” afirmou a coordenadora do movimento Alexandra.
Da redação CN * com informações APLB/local