Exclusivamente brasileiro, o bioma da Caatinga será representado, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, por cooperativas de agricultores familiares que produzem alimentos e artesanato com elementos típicos deste ecossistema. Tapetes de sisal, licor de licuri, castanha de caju e suco de umbu são alguns dos produtos que serão expostos e comercializados na Bodega da Caatinga, na Praça da Sociobiodiversidade, que ficará dentro da Arena Socioambiental, no Aterro do Flamengo – um espaço conjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A mostra será conhecida por pessoas do mundo inteiro que devem participar do evento de 13 a 22 de junho.
No espaço de 540 metros quadrados serão apresentados ao público do evento produtos de 23 empreendimentos da agricultura familiar, que representarão, além da Caatinga, os biomas do Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, assim como a rede de cooperativas apoiadas pelo projeto Talentos do Brasil, do MDA.
De acordo com os dados da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA, existem atualmente 1,5 milhão de estabelecimentos da agricultura familiar no seio do bioma Caatinga.
A Associação dos Pequenos Produtores do Estado da Bahia (APAEB) do município de Valente está entre as entidades que representará o bioma Caatinga na Praça. Fundada há 31 anos, abrange 700 famílias de agricultores familiares de municípios baianos. Entre os principais produtos fabricados estão tapetes e carpetes para exportação, feitos com a fibra de sisal do semiárido baiano, e laticínios de cabra. A entidade recebe o apoio do MDA via Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os instrumentos de compras públicas Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“A expectativa é muito boa. A maioria dos produtos da APAEB é natural proveniente da agricultura familiar. Temos um trabalho social interessante a divulgar. A idéia é aproveitar o cunho socioambiental do evento para prospectar novos contatos e clientes, tanto no mercado interno quanto externo. O interesse maior é a divulgação, todavia há boas perspectivas também de comercialização”, afirma Uirã Oliveira, gerente de Marketing e Comércio Exterior da APAEB.
A Conferência terá dois temas centrais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. A Rio+20 é a quarta Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. As três anteriores foram a de Estocolmo, em 1972, a Rio 92 e a Rio+10, realizada em 2002, na África do Sul.
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