O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) faz uma reunião na tarde deste sábado (9) para elaborar uma contraproposta ao governo do estado e tentar dar um fim à greve dos professores da rede estadual, que já dura 59 dias – já é a maior paralisação da história da educação baiana.
Segundo o segundo-secretário da APLB, Claudemir Nonato, os professores estão preocupados com a duração da greve. “Temos compromisso com a sociedade de fazer uma contraproposta para tentar avançar a negociação”, diz Nonato. “(A contraproposta) não é aquilo que nós queremos, que reinvindicamos, mas deve por fim à greve”, acredita.
De acordo com Nonato, a última proposta apresentada pelo governo do estado pela imprensa foi diferente do que foi apresentado aos professores na reunião na sede do Ministério Público no último dia 4. “Ele não divulgou um detalhamento da proposta que foi colocado para nós na reunião. Tem a revogação da PL, que traz no seu conteúdo reajustes para 2013 e 2014, nem a intenção de não fazer o avanço horizontal, as promoções, em 2011 e 2012”, explica, se referindo ao Projeto de Lei 12.364.
A proposta do governo, além de revogar o PL e a suspensão por dois anos das promoções, é de 7% de aumento em novembro e outros 7% em abril de 2013. Além desses reajustes, o 6,5% já concedido pelo governo seria mantido. Os 22% de aumento pleiteados pelos professores serão cumpridos nesse contexto, em ganho real, segundo o governador Jaques Wagner.
Nonato também diz que a discordância agora não está mais na porcentagem. “O governo já admitiu que vai cumprir esse aumento. Não tem problema no número, e sim no prazo e no conteúdo. Queremos que seja para todos os professores”. Segundo ele, a categoria vai reivindicar que a promoção de grau seja para todos os professores, mesmo os que não estão atuando em sala de aula e estejam em outras funções, e os probatórios.
Reunião com arcebispo
Os professores se reuniram nesta sexta-feira (8) com Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, na Residência Episcopal. O arcebispo já mediou anteriormente negociações da categoria com o governo.
“O que a gente pediu para Dom Murilo foi que ele peça para o governo sentar conosco e negociar. E também que o governo nos apresente a proposta feita por escrito e de maneira formal, para a gente trabalhar a partir dela”, esclarece Nonato.
A contraproposta elaborada neste sábado deve ser avaliada por toda a categoria em assembleia marcada para a manhã da terça-feira (12).
Fonte: Correio