É muito comum ouvirmos a seguinte máxima: “Eu odeio política”. Geralmente, as pessoas que se utilizam dessa máxima são consideradas de boa índole e trabalhadoras, e, por se decepcionarem tanto com os políticos, identificam a política como algo negativo.
Porém, não podemos generalizar. Que a política é um campo fértil para ocorrência de irregularidades não se tem dúvidas. Mas, da mesma forma que existem os maus políticos, existem também os bons, afinal a política é manejada pelo homem, que é falho, mas também pode ser virtuoso.
O filósofo grego Platão dizia que “o castigo para aquele que não se envolve em política é de ser governado por seus inferiores”. Diante dessas sábias palavras, seria interessante fazer uma análise da política de Conceição do Coité sob a perspectiva dessa citação filosófica.
Todos nós sabemos que povo coiteense tem como principais características o empreendedorismo e a vontade de trabalhar. Isso marca o coiteense como um povo progressista. Em Coité, o comércio, a indústria e os serviços destacam-se pela grandiosidade, empregam e geram renda para uma grande parcela da população. Para se ter uma ideia, o empreendedorismo do coiteense chegou a ser tema de uma tese de mestrado.
Ocorre que algumas pessoas de bem e trabalhadoras tendem a não se interessar pela política. Essas pessoas, geralmente, identificam a política como algo desnecessário para a dinâmica da sua vida e simplesmente a ignoram. Ora, é preciso ter em mente que quase tudo no mundo moderno depende de decisões políticas. Portanto, na medida em que o cidadão de bem não se interessa, estará abrindo espaço para que pessoas desqualificadas moralmente se coloquem na posição de poder.
Nota-se em Coité uma grande diferença quando se compara o que é privado com o que é público. Quase tudo em Coité que depende da iniciativa privada é considerado de excelência – boas escolas, boas lojas, bons profissionais liberais, boas clínicas, a ponto de atrair uma grande quantidade de pessoas das cidades vizinhas para se utilizarem desses serviços. Porém, no que diz respeito à coisa pública, não podemos dizer o mesmo, as últimas notícias dispensam exemplificações.
Mas dias melhores se anunciam, parece mesmo que o coiteense despertou de um sono onde a política era marcada pela apatia para um novo período de valorização do que é público, acompanhando a valorização que já existe no setor privado. Que assim seja.
Ivo Gomes – Advogado