Em nota divulgada nas redes sociais, a comissão provisória do Partido da República (PR), do município de Valente, justificou o indeferimento do registro da candidatura a reeleição do vereador Lucivaldo Araújo Silva, que disputaria seu quarto mandato, baseado numa determinação do Diretório Estadual do partido, que impede o registro de candidatura de políticos infiéis e Vado, como é conhecido o parlamentar, negou subir no palanque do petista Ismael Ferreira, cuja legenda coligou na majoritária. Vado é acusado pelos membros do seu partido de tirar proveito da função de presidente da Câmara e dos serviços prestados pelo Hospital Municipal José Mota, levando vantagens em relação ao seu colega republicano Romilson Cedraz.
Em entrevista a rádio comunitária Valente FM, Romildo disse que só sairia candidato se fosse coligado na proporcional e descartou qualquer possibilidade do PR marchar sozinho e deixando claro que é um parlamentar que respeita as decisões do seu partido e defendeu um “chapão”, limitando a quantidade de candidatos a vereadores para 22, sendo 15 homens e 7 mulheres, diminuindo assim a quantidade de votos necessários para que ele e os outros candidatos possam ser eleitos.
“Meus amigos vão entender que eu sou filiado a um partido e eu tenho que seguir as normas. Com quem meu partido marchar eu tenho que marchar junto também”, falou Cedraz.
Ao ser questionado pelo repórter Tony Sampaio se estaria nos comícios e marcharia com Ismael na campanha, o vereador respondeu: “Tenho que estar. Não vou desrespeitar as normas do meu partido. Estou no partido há 24 anos e se ele está coligando com o partido de Ismael Ferreira, o PT, temos que marchar junto também”.
Vado, que assumiu a presidência da Câmara em 2011, disse ao CN que não acatou a decisão do partido em apoiar a candidatura de Ismael Ferreira a prefeito, pois contrária seus princípios, uma vez que está filiado a legenda á 20 anos, desde a época que a legenda ainda é o Partido Liberal (PL) e milita na base do prefeito Ubaldino Amaral. O parlamentar contou ainda que tentou resolver a questão junto ao presidente estadual, o ex-senador César Borges e até mesmo junto à nova comissão provisória da legenda no município, mas sem sucesso e por esta razão desistiu da candidatura, permanecerá apoiando a candidatura de Zenóbio e lançou o nome do seu irmão Emerson Araújo pelo PP, para lhe substituir na Câmara.
Demonstrando visivelmente insatisfação com o rumo que o partido tomou em Valente, Vado foi à convenção no dia 17 de junho, quando foram homologadas as coligações na proporcional e majoritária com o PT, sendo recebido com entusiasmo pelos convencionais, mas manteve a decisão de continuar acompanhando a orientação política do prefeito Ubaldino Amaral e esteve cabisbaixo durante toda a convenção.
Sem muitos detalhes sobre esta situação, o vereador foi procurado pelo CN e garantiu que na segunda-feira,9, dará mais informações sobre o seu futuro político e toda esta situação que vem vivendo desde que o partido passou a ser conduzido por uma nova comissão.
Diante deste episódio, a Coligação Juntos por Valente também divulgou na imprensa uma nota na qual afirma que pela Lei Eleitoral, cada partido político tem a autonomia para definir com quem coligar-se, assim como indicar os nomes dos candidatos a vereador que, também, ficam obrigados a obedecer às decisões do partido. A coligação é por 12 partidos legalmente constituídos que decidiram por este caminho e um dos integrantes dessa Coligação é o Partido da República (PR).
Segundo a coordenação da coligação, eles tinham a expectativa de que os dois atuais vereadores do PR, Vado e Romilson Cedraz, fizessem parte dessa frente política, tanto na chapa majoritária quanto na proporcional e a decisão de não conceder a legenda ao vereador, Vado, mas apenas a Romilson, foi tomada pelo PR, inclusive sob a aprovação da direção estadual desse partido, em base à Lei da Fidelidade partidária que foi criada para melhorar o sistema político em nosso país.
O PR cumpriu o que determina a Lei, afirma a nota e, lamentavelmente, em muitas oportunidades o vereador Vado manifestou seu desejo de marchar contra a orientação do seu partido e, portando, contra as determinações da Lei. No final, a coligação Juntos por Valente disse que compreendia, respeitava e aplaudia a postura democrática do PR que dialogou, por mais de dois meses, com seus vereadores, antes que a decisão fosse tomada.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas