A ex-funcionaria da Caixa Econômica,agência de Conceição do Coité,hoje aposentada Juçara Silveira Oliveira,53 anos, moradora da Rua Professor Sizenando Ferreira de Souza,garante que não é preciso datas específicas para visitar o túmulo do marido Mário Raimundo da Silva Oliveira, que também trabalhava na Caixa e estava na ativa quando depois de rodar bicicleta praticando exercícios físicos, ao chegar na garagem de casa, sofreu infarto fulminante e faleceu na manhã de 04 de março de 2009, aos 50 anos.
Segundo Juçara, nunca ficou um só dia sem visitar a sepultura onde ela limpa e faz ornamentações alegres que chega a confortá-la, ou melhor, três datas ela não comparece durante o ano desde 05 de março de 2009, todas por um motivo que ele considera muito justo.Três viagens a cidade de Santana, no Oeste da Bahia, 900 km de Conceição do Coité, cidade natal de Mário.”vou pra lá no natal, no carnaval porque é a mesma data de aniversário da mãe de Mário e na Festa da Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.Mas a cova de Mário não fica desassistida, quando saio, meu filho adotivo Ricardo França, faz o meu papel de visitar o túmulo, molhar a grama e organizar tudo que for preciso.
A convivência do casal era muito próxima até a morte de Mário, pois o contato podia dizer acontecia 24horas por dia,saiam para trabalhar e retornavam juntos para casa, Juçara resolveu dá “continuidade a relação” mesmo em planos difrentes.Tenho um compromisso de enquanto estiver aqui na terra não deixar Mário ‘cair’ no esquecimento, era uma pessoa boa e amiga e a população precisa saber que foi essa pessoa,”.
Juçara manda colocar frequentemente faixas na frente do cemitério com mensagens direcionadas ao esposo. Ainda de acordo com a aposentada, já está combinado com Ricardo, caso ela deixe esse mundo primeiro, que ele permaneça zelando da sepultura de Mário e posteriormente dela também.
A aposentada disse ao CN que embora faça tudo isso no cemitério se sinta bem, não acredita que o espírito dele esteja por lá, mas contou com convicção que Mário evitou sua morte quando ela retornava de Aracaju com suas filhas e um netinho e já chegando em Coité capotou o veículo Fiat Uno.“No momento que eu ia virar, eu ouvir Mário dizer puxe o volante para a direita, isso eu fiz, depois observando o local, se eu manobrasse para o lado contrário poderia ter morrido”, contou Juçara.
Por: Raimundo Mascarenhas * texto e fotos