Distante 25 km da cidade de Conceição do Coité (via Salgadália ou Nova Palmares), 24 km de Valente, 18 km de Santaluz e 25 km de Retirolândia, os moradores do Povoado de Itarerú,insistem numa decisão para que a área territorial da comunidade pertença apenas a um município, para facilitar as implantações das políticas públicas.Segundo moradores, no ato de anúncio da pavimentação do território pertencente a Valente, o então prefeito Ubaldino Amaral (PP), comunicou que estaria realizando as obras de infraestrutura com dois mil metros de calçamento, mesmo sabendo que a área territorial do povoado pertencia a quatro municípios, sendo que os limites estabelecidos pelo sistema GPS foram feitos no último censo.
“Apenas 30% da área pertence a nosso município, porém, o povo na maioria absoluta fez opção por Valente. É aqui que eles votam, buscam assistência médica, faz suas feiras semanais, são filiados aos sindicatos, portanto nos sentimos responsáveis pela melhoria da qualidade de vida de todos eles”, afirmou Amaral durante o ato.
A obra foi realizada, mas 80% da sede do Povoado não foi beneficiada por causa do impasse entre os municípios. O problema vem sendo discutido há muitos anos e até o momento não se encontrou a solução. A dona de casa Suedy dos Reis Santos, 35 anos, falou ao CN que numa ocasião os moradores se mobilizaram e fizeram uma abaixo-assinado demonstrando interesse pelo município de Valente, pois vem dedicando mais atenção, porém limitado, por causa dos impasses da lei e as áreas pertencentes a outros municípios.
Ela estima que 30 casas estejam construídas na área pertencente à Conceição do Coité, ou seja, no lado esquerdo da linha férrea, sentido Salgadália e outras 60 localizadas nas áreas pertencentes à Santaluz e Retirolândia. “Quem tem menos área e a menor quantidade de casas na comunidade é Valente, porém, é quem presta mais serviço à comunidade”, destacou a dona de casa.
A comunidade não tem sistema de abastecimento d’água e neste período de seca os moradores são atendidos através dos serviços prestados pelo exercito, o posto de saúde funciona numa casa alugada, pois está sendo construída uma unidade do PSF e enquanto isto, nenhum médico aparece na comunidade. O aposentado José Ferreira Mota, enaltece os políticos de Valente e garante que a única Escola, cujo nome homenageia o escritor baiano Jorge Amado, que funciona na comunidade é na área de Coité, porém mantida pelo município de Valente. “No passado, a Prefeitura de Santaluz chegou a manter uma escola, Retirolândia instalou um posto de serviço telefônico e Coité dava atenção à saúde, olhava pra nós, mas hoje estamos todos abandonados e nossa salvação é Valente”, desabafou.
A capela católica que homenageia a padroeira Nossa Senhora das Graças pertence à paróquia Sagrada Família de Valente. A comunidade avançou em relação ao município de Santaluz por causa da doação de uma área de terra pelo empresário rural, falecido, Oldack Amâncio, cujo nome da vila é em sua homenagem.
Marciete Silva dos Reis, 21 anos, mãe de uma criança de quase um ano, contou que a preferência dos moradores é por quem trabalhar na comunidade e em função disto é que funciona apenas uma sessão eleitoral integrada a Comarca de Valente, entretanto o desejo de todos é ver a comunidade se desenvolver e as pessoas melhorarem suas condições de vida. “Tenho 21 anos e pouco vi até hoje se fazer aqui. Quem quiser trabalhar por nós, receberemos de braços abertos. Queremos aquilo que é nosso direito, viver melhor”, externou Marciete.
O povoado Itarerú é cortado pela linha férrea e pelo centro da comunidade passa a estrada velha que liga Coité á Santaluz, além de ser acesso as grandes fazendas, a população sofre muito com a poeira, quando nos períodos seco e muita lama nas épocas chuvosa, pois os veículos passam muito próximos das residências situadas nas áreas pertencentes à Santaluz, Coité e Retirolândia.
Veja imagens da TV Calila em recente visita a comunidade
Por: Texto Valdemí de Assis / fotos e vídeo: Raimundo Mascarenhas