O que você responderia se alguém com deficiência física desde os sete meses de idade dissesse que iria lançar um filme? A resposta talvez fosse: impossível. E se essa pessoa contasse que não dispõe de recursos financeiros nem um elenco formado para realizar as gravações? Impossível ao quadrado.
Pois saiba que Jânio Ferreira dos Santos, 43 anos, morador da Rua Carlos Gomes, em Conceição do Coité superou tudo isso e vai está lançando na próxima sexta-feira, 9, no Centro Cultural Ana Rios de Araújo o filme “ O DIÁRIO”, que conta a história de seis alunos rebeldes, sendo três rapazes e três garotas que se perdem na mata e encontram um abrigo em uma casa abandonada onde acontece tramas amorosas e perigosas. A aventura ocorre quando saem para pesquisar uma gruta que servirá para garantir pontos para passarem de ano (trabalho escolar).
Segundo Jânio foi aproximadamente seis anos de gravação do filme e nasceu do desejo em ter na região sisaleira uma obra cinematográfica. “Sendo considerado loucura fazer cinema na região do sisal, eu, um cadeirante, junto com amigos e atores do meu grupo de teatro que acreditaram no trabalho e não desanimaram produzimos o filme, independente, homenageando as classes: alunado e professorado. Porque educação é o alicerce na construção do ser humano para, gerar conhecimento, e dá sabedoria para que ele possa definir seu destino”, conta o autor.
Filme feito sem fins lucrativo. Sem patrocínio publico e/ou privado, apenas com recurso próprio do diretor e atuações voluntárias de atores e atrizes com faixa-etária de 20 anos. Foram gravadas as 171 cenas nas cidades seguintes com porcentagem de participantes: Conceição do Coité 60%, Barrocas 30%, Retirolândia 10% e Riachão do Jacuípe (apenas cenários). Um trabalho proveniente de: seleção, testes, ensaios, gravações externas e internas, edições e finalização. Foram gravadas num total 82 horas e depois de pronto ficou com duração de 1h36min
Sacrifício e decepção
Segundo o autor, escritor, roteirista, cinegrafista, redator e investidor Jânio Ferreira, se dependesse do desânimo das pessoas e falta de fé que o filme não seria feito, ele teria desistido. “Eu participava de um seminário sobre artes na região sisaleira e nas considerações finais pedi o microfone e disse que iria gravar um filme, muitos riram de minha cara. Mas nem por isso desanimei, mesmo com grana curta já que sobrevivo de uma aposentadoria de um salário mínimo providenciei logo comprar uma filmadora sem muita qualidade fiz um piloto e ganhei motivação para seguir em frente. Comprei um computador, DVD, e adaptei tudo do meu jeito e passei a produzir o filme. As gravações aconteciam somente aos domingos por causa dos atores que trabalhavam ou estudavam, mas o cansaço era muito grande principalmente para mim, me deslocar para serras no meio do mato, cruzar rios para filmar ou acompanhar as filmagens, quando chegava em casa necessitava de dois dias para descansar”, disse Jânio com exclusividade ao CN.
O produtor falando do sacrifício lembrou que destruiu por completo um carro modelo Parati que se quebrou ao meio, pois teve situação de levar 15 pessoas para gravar cenas. O carro foi vendido para sucata pelo valor de R$ 500. Ferreira disse ainda que perdeu uma namorada por se envolver demais no seu filme, mas sorridente disse que não teve muito prejuízo, pois logo ganhou outra.
E por fim, o Jânio disse que o principal motivo de fazer um filme envolvendo alunos foi também por um pouco de revolta quando estudava o 1º ano magistério e uma professora o reprovou por um décimo. A partir daquele ano ele abandonou os estudos, mas não recomenda que os alunos hajam da mesma forma que ele, pois, sabe que o estudo é o principio de tudo e só a educação pode levar civilização as pessoas.
Classificação recomendado para maiores de 14 anos por conter cenas de agressividade.
Agradecimento especial a cada pessoa que acreditou e ajudou, em especial aos ATORES e ATRIZES.
facebook.com/janio.ferreira.5070
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DIRETOR GERAL.
Jânio Ferreira dos Santos
Informações: 75-9115-8211
Por: Raimundo Mascarenhas