Depois de manifestação de centenas de pessoas em frente as terceirizadas da Via Uno, nesta terça-feira, por volta das 7h da manhã, a direção resolveu atender uma comissão de funcionários e o Sindicato da Categoria.
Em cerca de duas horas de negociações, o gerente geral Neuri Lima informou que as empresas vão vender 18 máquinas e produtos estocados para poder pagar o funcionalismo. Outra medida anunciada é que até a próxima segunda-feira todos os funcionários terão férias coletivas por 10 dias. Se a Via Uno não conseguir o que quer com o governo, poderá prorrogar as férias sucessivamente. A empresa não dá garantias de que volta a funcionar.
Funcionários da empresa contestam as informações. Afirmam que na realidade serão vendidas 40 máquinas e que antes de paralisar as atividades, a gerência teria garantido informalmente que nenhuma máquina seria vendida e que os funcionários voltariam ao trabalho dia 19, depois de cumprirem coletivamente a folga por banco de horas.
Depois de mais de uma hora discutindo embaixo do sol quente em frente à fábrica de Calçados Valente, os funcionários chegaram a ficar divididos entre aceitar tirar as máquinas do pátio ou não. “Nosso medo é de que eles retirem as máquinas, vendam e a gente fique sem emprego e sem dinheiro. De madrugada, eles retiraram máquinas da empresa, quando tinham afirmado que isso não aconteceria. Eles são homens de duas palavras”, denuncia Ailton Nascimento, um dos manifestantes.
Por fim, os funcionários que estavam em frente a empresa deixaram que as máquinas fossem retiradas. No final da manhã, a comissão se reuniu com os prefeitos petistas Agnaldo Oliveira e Ismael Ferreira (eleito). Ficou acordado que será formada uma comissão regional para negociação com a Via Uno é governo do Estado, já que outros municípios vivem a mesma situação, como Conceição do Coité e Serrinha. “A questão é que não avisaram a gente há 3 meses atrás ou quando o problema teria iniciado. Informaram da crise há 15 dias. Isso não é fácil resolver da noite para o dia. Já participei de diversas reuniões junto com Agnaldo, Osni (Serrinha) e Assis (Coité) e vamos continuar as negociações”.
Agnaldo informou que a crise é com a Via Uno e não com as terceirizadas. “Não vamos medir esforços para impedir o fechamento de postos de trabalho em Valente e região”, Agnaldo Oliveira.
A Via Uno corre atrás dos incentivos tributários e prêmios por exportação. Segundo informações de fonte do Governo do Estado, a reivindicação da empresa está em torno de R$ 10 milhões de reais, sendo que R$ 1,6 milhões devem ser pagos imediatamente. As negociações estão na Secretaria da Fazenda, com a participação da Secretaria de Indústria e Comércio.
O presidente da Câmara de Vereadores, Lucivaldo Araújo dos Santos, marcou uma Sessão Especial na Câmara de Vereadores para debater o assunto nesta quarta 14, a partir das 18h, com participação do executivo, funcionários, vereadores, Via Uno e lideranças políticas de Valente e região.
Fonte: Ancoraum.com