Aos 105 anos, a matriarca da família Veloso, Claudionor Viana Teles Velloso, ou Dona Canô, faleceu na manhã deste 25 de dezembro, dia de Natal, na cidade de Santo Amaro da Purificação. O velório será realizado a partir das 18h, no Memorial Caetano Veloso, no Recôncavo Baiano. A missa de sepultamento acontece nesta quarta-feira (26), seguida do enterro, previsto para as 10h, também em Santo Amaro.
Canô foi internada no dia 16 de dezembro, no Hospital São Rafael, em Salvador, após sofrer três isquemias transitórias — quando há baixo fluxo sanguíneo na região do cérebro. A centenária vinha apresentando um quadro progressivo de melhora, até que teve uma pequena recaída na noite desta quinta-feira (20).
Os filhos, junto com a equipe médica do Hospital São Rafael, decidiram atender o último pedido da centenária, que desejava passar o Natal em sua casa, em Santo Amaro. No mês passado, Canô havia sofrido mais uma internação por apresentar sintomas de gripe com febre. Em 2011, foi hospitalizada no dia 7 de julho com dores abdominais e falta de ar. Antes, porém, aos 103 anos, foi internada no mesmo hospital com quadro de traqueobronquite, associada a broncoespasmos.
Canô foi internada no dia 16 de dezembro, no Hospital São Rafael, em Salvador, após sofrer três isquemias transitórias — quando há baixo fluxo sanguíneo na região do cérebro. A centenária vinha apresentando um quadro progressivo de melhora, até que teve uma pequena recaída na noite desta quinta-feira (20).
Os filhos, junto com a equipe médica do Hospital São Rafael, decidiram atender o último pedido da centenária, que desejava passar o Natal em sua casa, em Santo Amaro. No mês passado, Canô havia sofrido mais uma internação por apresentar sintomas de gripe com febre. Em 2011, foi hospitalizada no dia 7 de julho com dores abdominais e falta de ar. Antes, porém, aos 103 anos, foi internada no mesmo hospital com quadro de traqueobronquite, associada a broncoespasmos.
Uma das últimas aparições públicas de Dona Canô foi para ver a filha Maria Bethânia se apresentar no Teatro Castro Alves por duas vezes neste ano. No show em homenagem ao compositor Chico Buarque, Bethânia aproveitou para dedicar a noite especial à mãe. “Se foi um orgulho ter Chico Buarque semana passada na plateia, hoje eu tenho a honra infinitivamente maior, muito maior, de receber a minha mãe”, declarou Bethânia na época.
Mãe de seis filhos, sendo duas de criação, Dona Canô é considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação e teve publicadas suas memórias no livro “Canô Velloso, lembranças do saber viver”, escrito pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, falecido antes do término da obra.
Em entrevista ao Metrópole TV, em 2008, Canô contou sobre sua rotina, criticou a juventude e comentou sobre a atual política do país. “Atendo a quem aparece, a casa está sempre cheia. Não vamos comentar sobre o país que não dá jeito. A juventude de hoje não liga pra nada, não tem mais nada na cabeça desses rapazes, é só maluquice. Não gostam de ler. E a leitura é uma ótima educação. Eles olham uma coisa na televisão e já sabem. Isso não ajuda nada”, declarou, aos 101 anos.
Dona de uma lucidez incomparável, Canô sempre demonstrou um conhecimento político, repreendendo Caetano Veloso certa vez, quando o cantor criticou em público o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “Sabe de uma coisa? Teve uma festa aí em um ano que eu fui e quem estava foi o vice-presidente da República (Marcos Maciel). Ele tem uma careca enorme. Veio me abraçar e disse ‘Que recado a senhora manda pro Presidente da República?’. Eu respondi pra ele: ‘O que mando pro presidente da República é que ele olhe e veja os erros que têm nesse Brasil. No que ele pode dar jeito, que ele dê'”, disse em tom firme.
Devota de Nossa Senhora, Dona Canô passou a sua vida inteira cumprindo eventos religiosos. A matriarca participava constantemente de festas como O Terno de Reis, a Lavagem de Santo Amaro ou o Bembé do Marcado, realizadas tradicionamente na cidade natal. “A crença, ou a religião, é uma espécie de segurança. Seja espírita, seja evangélico, crente, seja de ‘não sei o que’. Mas todos eles têm a fé de qualquer forma”, ensinou Dona Canô.
Fonte: metro1.com.br