A posse do novo prefeito de Coité será terça-feira, 1º de janeiro de 2013, às16h, e desde a eleição, em outubro, o gestor Francisco de Assis divide o tempo em reuniões com assessores, atendimento ao público e entrevistas. Na última quinta-feira, 27, durante o programa Mulher em Movimento da Rádio Regional, Assis afirmou que vai de terno e gravata para a solenidade.
“As pessoas reclamaram que eu fui para a diplomação sem gravata e paletó. Eu não gosto disso não e é incompatível com nosso clima”, argumenta Assis. Ele lembrou que é incomodo o uso do terno. “Os sujeitos inventaram isso na Europa para se proteger do frio. Mas aqui no Brasil um país tropical. No Rio de Janeiro ontem deu 43.2 graus, um calor muito grande”, afirmou.
Na terça-feira ele vai à Câmara de Vereadores, onde receberá do atual prefeito Renato Souza, o comando da cidade e garantiu ir vestido a rigor. “Minha esposa me convenceu. Ela e minha filha disseram que, se eu não for de paletó que elas não vão, aí eu vou ter que ir”, concluiu o gestor em conversa com a radialista Vilmara de Assis.
A solenidade iniciará com a posse dos 15 vereadores, depois eleição da mesa diretora da Câmara e em seguida a posse do prefeito eleito e a transmissão de cargo entre os prefeitos. “Depois vamos até a Praça da Matriz lá teremos uma comemoração simples, mas feita de coração. Estamos passando por dificuldades por causa da seca e não podemos fazer grandes festas no município”, explicou Assis.
A lei da “bezerrada” – Tem um dito popular muito comum nas eleições: “a prefeitura é uma verdadeira vaca para aqueles que ganham sem trabalhar”. Agora a situação é bem evidente em Coité. Secretários que deixaram o cargo este mês pretendem continuar ganhando durante o governo Assis sem trabalhar no cargo. A lei que concede estabilidade econômica, batizada nas redes sociais de lei da “bezerrada”, tem tirado o sono do prefeito, mas ele já mandou um recado para os beneficiados.
“Eu só vou pagar com ordem judicial. Não tenho como. Pelo que eu andei conversando até o sindicato dos servidores públicos municipais é contra essa lei”, afirmou o prefeito durante coletiva de imprensa na semana passada.
Para ele o correto é valorizar os funcionários e não os correligionários. “A gente acharia legítimo se houvesse uma lei para valorizar os servidores públicos municipais. Eu acho legítima qualquer lei que venha no sentido de profissionalizar o quadro de servidores públicos do município. Agora esta lei tem um claro propósito de beneficiar os amigos do rei”, apontou.
O prefeito eleito está determinado a enfrentar e derrubar as decisões do prefeito Renato que concedeu estabilidade financeira aos ex-secretários e diversos funcionários que ocupavam cargos no segundo escalão. A lista ainda não é definitiva, mas já ultrapassa R$ 100 mil a mais de gasto na folha salarial do governo. “Esta lei é absurda e vou combater da forma que eu puder. Não pago. Quem estiver esperando em janeiro receber a quantia correspondente a estabilidade pode refazer as contas”, finalizou o prefeito Assis, eleito com 54% dos votos.
A lei em vigor desde o final da década de 1990 determina que o funcionário que ocupar cargos no governo ao sair depois de 8 anos leva o salário para a função que voltar a exercer, ou seja, um pedreiro que assumiu a secretaria de infraestrutura volta a ser pedreiro com o salário de R$ 6 mil, mesmo valor do vice prefeito. O atual grupo político que administra o município está no poder desde a década de 1970 e praticamente todos os cargos de confiança são ocupados por funcionários.
Por: Paulo Marcos/ fotos: Raimundo Mascarenhas