A prefeita de Cardeal da Silva, presidenta da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria, participa às 16h, desta segunda-feira (28), de uma reunião no auditório do Hotel São Marcos, em Brasília, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e demais presidentes de associações municipalistas. A pauta é a falta de médicos no Brasil, principalmente em cidades interioranas do Nordeste.
Dados da Frente Nacional de Prefeitos revelam que, atualmente no Brasil, existe 1,8 médico para cada 1.000 habitantes. Países como a Argentina e o Uruguai têm 3 e 3,6 médicos para cada 1.000 habitantes. Na Rússia essa proporção chega a marca de 4,4 médicos.
A Bahia possui cerca de 15.500 médicos, marca que supera a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de um médico para cada mil habitantes. Apesar disso, muitos municípios baianos sofrem com a falta de profissionais que fixem residência. Com isso, o atendimento à noite e nos finais de semana é deficiente. Em geral, sobram vagas para estes profissionais nas unidades de saúde do interior, apesar das boas ofertas de salários.
Salários duas ou três vezes maiores que os dos prefeitos, casas cedidas pelas prefeituras e outras regalias prometidas, nem sempre são suficientes para atrair médicos para os municípios menores e mais distantes da capital. Mesmo tentadoras, sobretudo para profissionais em início de carreira, muitas vezes demora para ser preenchidas por diversos fatores, como a precária relação de trabalho, dificuldade em convencer a família, falta de oportunidade de qualificação, carência de infra-estrutura hospitalar na região, etc.
MÁ DISTRIBUIÇÃO – Os médicos inscritos na Bahia estão distribuídos no território de forma irregular. Segundo dados levantados em abril de 2010 pelo Cremeb, há quase 15.500 médicos em atividade no estado, sendo que 10.250 deles trabalham em Salvador e região metropolitana, onde residem cerca de 3,8 milhões de pessoas. Como a Bahia possui mais de 14,021 milhões de habitantes, observa-se que 66% dos profissionais de medicina exercem a profissão onde vive apenas um quarto da população.
“O problema para contratação de médicos se agrava mais ainda em cidades do interior. Os médicos preferem trabalhar nas capitais e Regiões Metropolitanas. Mesmo oferecendo ótimos salários, os médicos não querem se mudar para o interior. E isso ainda somasse a pequena demanda de profissionais médicos no mercado de trabalho”, afirma a prefeita Maria Quitéria.
Em pauta na região estarão os seguintes temas:
– Adoção de medidas cabíveis para a contratação de médicos formados em outros países;
– Aumentar o número de vagas nas residências médicas, com planejamento, regulação e gestão pelo MS, com especial atenção a saúde da família e a medicina de emergência;
– Criar mais vagas para os Cursos de graduação em medicina, conforme as necessidades nas áreas prioritárias do Sistema Público de Saúde;
– lnstituir serviço civil obrigatório para todas as profissões em Saúde para os alunos egressos das universidades públicas;
– Fortalecer a mesa de negociação SUS regionalizada com a participação das prefeitas e prefeitos;
– Revisar o currículo da formação médica, promovendo a formação de generalistas e de médicos de saúde da família;
– Tornar a residência em saúde da família um pré-requisito para as demais residências de especialidades;
– Apoiar a carreira do SUS nos municípios, estados e União, considerando as especificidades regionais;