O prédio da Secretaria Municipal de Educação, no Engenho Velho de Brotas, teve cerca de 50% de sua estrutura consumida no incêndio ocorrido na noite desta quinta-feira (3). O capitão do Corpo de Bombeiros, Edson Carregosa, que comandou a operação, informou que dois carros-pipa foram utilizados no trabalho de combate às chamas. Ao todo, 25 bombeiros participaram da operação.
O fogo começou na sala da Coordenadoria de Gestão Escolar, por volta das 22h, e se espalhou pelo Solar Boa Vista. O gabinete do secretário João Carlos Bacelar foi totalmente destruído, assim como o setor que administra os contratos e pagamentos da pasta. O fogo foi controlado três horas depois.
O prefeito ACM Neto, o governador Jaques Wagner, o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, acompanharam o trabalho de rescaldo feito pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta sexta (4).
De acordo com Secretaria de Comunicação Social do Governo do estado (Secom), o governador informou que o Estado vai ajudar no processo de recuperação do prédio, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pertencente ao governo estadual. O restauro e a recuperação do prédio deve ser iniciada com a liberação do seguro.
“Felizmente, o prédio está segurado. A Polícia Técnica vai fazer toda a vistoria e nossa pretensão é recuperá-lo. Afinal, trata-se de um prédio do século 19 e que foi morada de Castro Alves. A parte interna terá de ser reconstruída, mas toda a fachada deve ser mantida, com as suas características”, disse Wagner.
A reconstrução obedecerá aos critérios técnicos exigidos pelo Iphan para restauração de imóveis de valor histórico e cultural.
Avaliação – Em nota, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) afirma que engenheiros do órgão foram ao prédio ainda na noite de ontem e acompanharam o trabalho dos bombeiros. Eles retornaram na manhã desta quinta e, de acordo com a avaliação preliminar, a estrutura principal do imóvel não corre risco de desabar.
“Toda a parte interna atingida pelo fogo foi destruída, mas acreditamos que a superestrutura não foi comprometida, portanto precisamos de uma avaliação mais detalhada da parte estrutural, o que só vai poder ser realizada depois da perícia”, explica o subcoordenador operacional do órgão, Francisco Costa.
A perícia para identificar as causas do incêndio será realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) depois que os bombeiros terminarem o trabalho de rescaldo e resfriamento da estrutura, o que deve acontecer no início da próxima semana.
Matrícula garantida – Na noite de ontem, Bacelar e ACM Neto acompanharam o trabalho para apagar as chamas. “Parece uma cena de filme de terror”, disse o prefeito sobre o destruição de uma torre do prédio. Segundo Bacelar, documentos importantes nas áreas financeira e de pessoal não foram atingidos. “Também não foram perdidas informações que comprometam a matrícula dos alunos da rede pública municipal”, disse ele, acrescentando que o prejuízo foi material e histórico.
O Solar foi construído no século 18 pelo mercador de escravos Manoel José Machado. Em 1858, foi comprado e reformado por Antonio José Alves, pai de Castro Alves, que morou lá a partir dos 11 anos.
“Todos nossos arquivos digitalizados estão em back-up e os arquivos físicos em outro anexo. O que pode ser perdido são processos em tramitação, coisa recente. Nossa maior preocupação é manter a secretaria funcionando”, afirmou o secretário Bacelar.
Fonte: correio24horas.com.br