A deputada estadual Fátima Nunes (PT),uma das incentivadoras da segunda reunião Itinerante do Comitê Estadual para Ações de Convivência com a Seca, que aconteceu nesta terça-feira (05) no auditório do Colégio Municipal Zélia de Brito, na cidade de Tucano,onde foi anunciada novas ações de convivência com a Seca nos 38 municípios que fazem parte dos territórios Nordeste II e do sisal,os prefeitos tiveram oportunidade de apresentar as principais demandas e foram orientados quanto aos procedimentos de acesso a benefícios emergenciais, arrancou palmas dos prefeitos ao reivindicar menos burocracia, pois as questões emergenciais não estão sendo tratadas com a “emergência” que o momento exige.
Ela citou os exemplos da aquisição de milhos pelos agricultores familiares que tem de assinar um documento contendo 17 páginas, a busca de crédito junto ao Banco do Nordeste, onde são obrigados a irem várias vezes as agências, que são poucas, ou seja, apenas três nos dois territórios, Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha e Conceição do Coité e a necessidade de fortalecer a EBDA com mais técnicos. Fátima disse ainda que não ficou satisfeita com a transferência da autorização dos carros-pipas para CORDEC, pois este trabalho era realizado pela CAR, que tem uma equipe maior e com experiência que o momento exige.
Com muita atenção, os prefeitos ouviram o relato da Fátima Nunes sobre os prejuízos causados pela seca na economia do estado e dos esforços já realizados e em execução pelo governo nos municípios, a exemplo do Programa Águas do Sertão e na oportunidade chamou atenção ainda para as consequências deste fenômeno natural na capital, com a retração da produção agrícola em toda a Bahia.
Ao CN, a petista disse que são 300 mil bovinos perdidos nestes territórios. “Uma lástima, pois estávamos em crescimento pecuário significativo, graças aos recentes investimentos do governo na área. Até culturas tradicionais e mais resistentes como as de caju, umbu e sisal, foram seriamente prejudicadas, com perdas de até 80%. E a triste sina semiárida não para por aí. Estimativa de colheita três vezes menor para o café, em 2013, caso não chova mais; preço do feijão 40% mais alto; colheita de frutas como laranja, tangerina, limão com 80% de perda já esperada; a produção do leite já reduziu em 70%. São perdas econômicas de 20% a 40%. Resultado de tantas perdas: consumo prejudicado” lamentou Fátima Nunes.
Demonstrando muita preocupação,a parlamentar, usando de uma linguagem típica do sertão, disse que a estiagem bate à porta e invade as dispensas, não somente nos municípios longínquos, mas também na capital, correndo o risco de faltar itens básicos, ou chegar com preços mais caros nos mercados. “Portanto, a seca no Sertão precisa de toda nossa atenção, estejamos nas regiões mais áridas, no sul do estado e até mesmo na capital, que julgamos estar tão longe de tanto sofrimento. Onde estivermos, em nossa Bahia, somos tocados pelas consequências de uma estiagem como a que vivemos”, finalizou a petista.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas