O Diabo está solto no Vaticano minha gente e é preciso exorcizar os próprios representantes da Igreja Católica. Quando soube que teve bispo e padre gastando milhares de euros dos cofres lá deles em sauna gay eu disse logo a velha frase que foi cunhada em Sodoma e Gomorra:
– O mundo está perdido.
Mas, vá lá que os padres estavam numa sauna gay mas não eram gays. Aliás, ser gay é uma questão de foro íntimo e cada um sabe de si e não estou aqui para dizer que é errado. A fauna humana é múltipla e cabe tudo e todos e quem for sabido sabe que a vida é curta para estar preocupado com o furico dos outros. Quer gostar que goste de tudo e de todos. O que não pode é a hipocrisia. Vestir batas, guayabera, burca e batina para esconder suas escolhas e enganar os fiéis, aí sim, não pode.
O conclave que elegeu o papa – para desespero dos brasileiros foi logo um argentino que já está sendo comparado por eles com Messi e Maradona – parecia Copa do Mundo sem a Fifa. Se bem que sem para organizar a pelada fica a impressão que não vai dar certo. Os caras, digo bispos – e que Deus não me castigue – saíram num lobby de envergonhar até o Cão. Bento XVI estava certo quando disse, sem dizer uma palavra, que estava se picando por não aguentar mais tantos pecados dentro do menor país do mundo. Quem devia estar purgando os pecados dos outros vem cometendo todos os tipos de pecado.
Desde tempos idos que se sabe que padre tem o pecado da gula – embora hoje os mais novos prefiram até um salmão grelhado a uma galinha assada.
Tem o pecado da vaidade – talvez por isso é que comam o salmão grelhado, para não ganhar barriga de chope. Embora bebam chopp.
E sempre tiveram o pecado da soberba e sempre souberam juntar dinheiro. Tanto que o Vaticano possui uma fortuna estimada em mais de 2 trilhões de Euros. E é bom lembrar que a Igreja sempre esteve atrelada aos conquistadores portugueses, espanhóis, franceses, etc. E recebia sempre sua parte do butim, isso quando não era a parte do leão.
A situação está tão ruim que em tudo tem algo que lembra a Igreja. Quem está sendo julgado pela morte de uma jovem? Mizael Bispo. Quem estourou uma agência do Banco do Brasil na Chapada Diamantina? Evaldo Bispo dos Santos. Quem foi indicado e está sendo exorcizado da Comissão de Direitos Humanos da Câmara? O pastor Marcos Feliciano que sempre se mostrou radicalmente contra os homossexuais e outras minorias. Neste caso foi colocar a raposa dentro do galinheiro. Vade retro deputado!
Mas aí vem a boa notícia e de um lado em que jamais se pensava. Lembra de Edir Macedo, aquele bispo dos sacos de dinheiro? Dizem as más-línguas, seus adversário da própria teologia, que ele jogava as cédulas para o céu e dizia que as notas que Deus pegasse era dele e a que caia no chão era sua? Isso mesmo. É aquele que aparece agora nas listas dos mais bilionários do planeta (com seu dinheiro, meu caro fiel, meu caro obreiro). Pois uma coisa de bom o homem tem: sua linda filha Cristiane.
A moça é tudo de bom para o marido e ainda dá conselhos para a mulher dos outros. Conselho bom, claro e que a senhora aprenda. Ela diz em seu programa de TV, minha cara senhora, que a senhora tem de enaltecer sempre o marido para que ele não broche. Esse negócio de brigar porque ele largou o sapato na sala ou esqueceu a toalha molhada na cama ou o copo em cima da pia é babaquice da senhora. O homem já anda estressado e a senhora que estressar mais ainda? Se compreenda.
A senhora jamais deve dizer não ao seu marido. E outra coisa: quando ele quiser furunfar, não venha dizer que está com dor de cabeça. Bote a cabeça no travesseiro, relaxe e goze. Ou vá por cima. Se o seu marido está vendo um jogo de futebol ou uma luta do MMA, a senhora tem de ficar quieta, calada. O marido merece relaxar. Ela lembra que o homem casa para ter acesso fácil à “portinha” da felicidade, pois se quisesse amizade e companheirismo arrumava um cãozinho. E fica aí a senhora querendo economizar na “portinha”. Não a deixe sempre lavada não que a senhora vai ver.
Isso é que é mulher. Se não tivesse de pagar o dízimo faria tudo para casar com ela. E olha que são palavras de uma gatésima. Não se trata de uma mocréia dessas que a gente encontra por aí e ainda cheia de razão.
Jolivaldo Freitas jornalista e escritor
