“O sisal tem uma importância muito grande para a vida de um milhão e meio de baianos espalhados por mais de 60 municípios, mas que perderam quase 80% da sua produção com a seca. Por isso o próximo governador da Bahia tem que ser aprovado pela região sisaleira”. Foi o que afirmou o deputado federal Félix Júnior (PDT) durante audiência pública do Projeto Sisal de Base Tecnológica realizada na Câmara Municipal de Araci na manhã de segunda-feira (08) pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI).
“Municípios como Araci, Valente e Conceição do Coité, que respondem pela maior parte do sisal produzido no Brasil, não devem ficar com o boné na mão, pedindo favor. Agora é a hora de levantar essa voz. E além de apoiar projetos como o da cooperativa do sisal, me comprometo em direcionar uma emenda para o calçamento dos distritos de Barreira, João Vieira, Tapuio e Pedra Alta em Araci”, disse o deputado, que estava acompanhado pelo prefeito Silva Neto (PDT) e pelo secretário estadual da Ciência e Tecnologia, Paulo Câmera (PDT).
Segundo o secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Araci, William dos Anjos, existem cerca de 900 produtores de sisal no município, que empregam 5,6 mil trabalhadores e produzem até 700 mil toneladas de fibra por mês fora do período da seca.
“Para se ter uma noção de como a seca atingiu a economia da região, o desemprego e a queda da arrecadação são diretamente proporcionais à queda da produção de sisal”, lamentou o gestor.
Cooperativismo – Durante a atividade, o fungicultor Iwao Akamatsu, proprietário da Yuri Cogumelos de Sorocaba (SP), fez uma palestra sobre cooperativismo e produção de cogumelos a partir do sisal para a merenda escolar.
“O cogumelo produzido a partir do sisal será adaptado às características da região, crescendo em temperaturas de até 25 graus centígrados e podendo ser colhidos em 30 dias”, afirmou.
Coordenador do Projeto Sisal de Base Tecnológica, José Roberto Lima explicou que a cooperativa de Araci reunirá 10 famílias de agricultores e produzirá até 5 toneladas de cogumelos por mês.
“Toda a infraestrutura e os equipamentos necessários à cooperativa estão orçados em R$ 1,2 milhão e a produção deve ser iniciada dentro de quatro meses”, disse.