Novas chuvas em Conceição do Coité e novo problema para os moradores do Açude de Itarandi. Em consequência das chuvas que caíram no município no mês de janeiro que resultou na morte de toneladas de peixes, que foi preciso o deslocamento de técnicos do Instituto do Meio Ambiente da Bahia – INEMA, que após exames detalhado da água concluiu que a mesma estava com alto grau de poluição, proibindo a pesca e uso na cultura de hortaliças, o mesmo órgão deve retornar ao açude para fazer novos estudos para descobrir a podridão da água e que tipo de material é visto em sua superfície.
Segundo o morador Francisco Araújo de Oliveira, que mora a cerca de 100 metros do local mais afetado, ele que ajudou na remoção dos peixes mortos no inicio do ano, o mau cheiro nunca saiu daquela área, mas que, nos últimos quinze dias aumentou tanto a fedentina que ele precisou deixar sua casa e a uma semana vem dormindo juntamente com a esposa e um filho na casa de parentes longe do açude. O forte odor é sentido numa distancia de 3 a 4 km.
Gilcimar Pereira, uma das lideranças da comunidade disse ao CN que tem família inteira queixando dores de cabeça e diarreia. Ainda segundo o líder, o problema já foi passado para a engenheira ambiental Juliana Boaventura que lhe informou que poderá ser os dejetos do esgoto da cidade e calcula que deverá ser lançado 12 mil litros de cloro para minimizar a situação, pois, é apenas um paliativo que dura apenas uma semana e tem custo estimado em R$ 5 mil.
Da mesma forma que aconteceu com os peixes, a mortandade aconteceu em todo extensão do açude e as suaves correntezas aos poucos empurraram para um canto da aguada que os moradores chamam de “braço”.
Tratamento
Já está previsto para acontecer a partir de julho de 2014, através de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC 2, do Governo Federal, que segundo o prefeito Francisco de Assis terá investimento na ordem de mais de R$ 40 milhões.
O prefeito disse também que desde a interdição, o governo municipal vem dando assistência as famílias que vivem no cultivo de hortaliças e estão impossibilitadas de trabalhar, pois, segundo resultados extraídos das amostras da água, foi encontrado substancias cancerígenas o que preocupa ainda mais o trabalhador e o consumidor.
Ainda segundo o prefeito, com a construção de 250 casas no município, uma nova etapa no Bairro Cidade Jardim a prefeitura indicou moradores do açude para trabalharem na obra.
A distribuição de alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vem ocorrendo normalmente na comunidade. A conquista da Prefeitura junto a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB ocorreu logo após a interdição das atividades de cultivo de hortaliças e pesca.
Açude de Itarandi possui extensão de aproximadamente 4 km, medindo a partir do conhecido Tanque do Governo por onde passa a maior quantidade de dejetos sanitários da sede do município. Esse crime ambiental teve inicio a partir de 1996 quando a prefeitura passou a canalizar todo esgoto da cidade para o açude. Muitos movimentos foram realizados inclusive da igreja católica para chamar a atenção das autoridades para criar mecanismos para evitar que o manancial se acabasse.
A poluição afetou diretamente varias famílias que deixaram de viver da cultura de hortaliças pela repercussão negativa. O ministério público chegou a proibir a construção de novos imoveis com lançamento dos dejetos para o esgoto e as novas construções deveria ser feitas mediante construção de fossas cépticas. Não temos informações se esta determinação vem sendo cumprida.
Texto e fotos: Raimundo Mascarenhas