Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-BA),reuniu mais de cinco mil participantes a grande maioria de trabalhadores rurais de todas as regiões do estado, em Salvador na ultima terça e quarta-feira (28 e 29) no Centro de Administrativo da Bahia (CAB). com objetivo de cobrar do Governo ações no sentido de melhorar a situação do homem do campo que segundo Cláudio Bastos a FETAG tem feito um trabalho incansável elaborando e encaminhando projetos para órgãos do governo e a burocracia tem sido muito grande para a liberação e o resultado é o aumento do sofrimento da população rural.
“Os trabalhadores se reuniram nos dois dias em Salvador e disseram estarem cansados de tanta promessa e falta de ação dos órgãos e secretarias que tem muito a ver com a classe trabalhadora rural a exemplo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE) Companhia de Ação Regional (CAR) Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia(CERB) e Governadoria onde foi encerrado o ato com o governador em exercício Otto Alencar.
“Acreditamos que a mobilização serviu para despertar o governo que não tem sido tão ágil com o problema do homem do campo,que vive a maior seca dos últimos 50 anos e coincidentemente esses mesmos 50 anos está completando este ano a FETAG que foi criada para representar a classe trabalhadora e aqui estamos”,salientou Cláudio Bastos”.
Depois de passar pela SETRE ponto de saída para os demais órgãos e a maior parte dos discursos, inclusive do secretário Nilton Vasconcelos, a grande multidão seguiu para a CAR onde seria queimado o boneco da burocracia,segundo o presidente aquele órgão é responsável pela grande maioria dos projetos e que estão engavetados.O diretor executivo da CAR Vivaldo Mendonça admitiu que exista burocracia mas segundo ele é para dá melhor transparência.Mas ouviu dos manifestantes que é um órgão que se o cidadão chega acompanhado por um deputado o projeto por ser facilitado.
A caminhada pelas avenidas do Centro Administrativo rendeu um grande congestionamento de veículos e mesmo de forma pacífica foi controlado pela Polícia Militar que tentou manter a ordem no transito até o final da manifestação. Por volta das 13h30 os trabalhadores chegaram a SEAGRI onde tiveram a pausa para o almoço e em seguida ouviram o secretario da Agricultura Eduardo Salles que subiu ao trio com um caderno de prestação de contas e também admitiu algumas burocracia.Salles aproveitou para prestar contas de todas as ações do Governo nesta fase critica de seca.
O deputado federal Daniel Almeida que mais uma vez fez questão de se apresentar por uma pessoa que conhece o sofrimento do homem do campo por ter nascido entre Mairi e Várzea da Roça.A principal bandeira de luta do parlamentar e que segundo ele tem pedido a presidente Dilma é anistia da dívida dos agricultores que fizeram empréstimos e devido a seca não tiveram como honrar seus compromissos.
Ao saírem da SEAGRI os trabalhadores mais uma vez de forma natural, pois não havia protesto para parar o transito ocuparam toda pista sentido Governadoria, mas bem em frente está situada a CERB responsável por instalação de poços que segundo um dos diretores conhecido por Mitinho uma das maiores burocracias e desrespeito ao homem do campo é aquele órgão que tem convênio com o INCRA e não vem cumprindo as solicitações.”No ano passado pedimos perfuração de 2 mil poços e não fomos atendidos em nenhum.Desça aqui senhor Bento Ribeiro [diretor] para explicar porque tanta falta de respeito a esse povo.Aqui é mais um órgão de tira colo, se vem acompanhado de um deputado a coisa pode ser facilitada” protestou Mitinho.
O diretor disse ainda que gente rica tem conseguido benefícios da CERB na abertura de poços “e quem precisa está nessa situação, os poços que foram abertos não voltaram para fazer a instalação. Não tá dando pra engolir a CERB”, protestou Mitinho.
A manifestação terminou em frente a Governadoria onde os manifestantes foram recebidos pelo governador em exercício Otto Alencar cuja principal pauta era referente ao titulo de terra, algo que vem “travando” os trabalhadores que para dar entrada em qualquer documento ou beneficio é cobrado, sendo mais um termo burocrático.
Segundo Alencar,a regularização de títulos de terra, uma das principais reivindicações dos movimentos de trabalhadores rurais e agricultores familiares baianos, é um dos avanços obtidos em decorrências das constantes negociações entre governo estadual e categoria. Nas próximas semanas, o governador Jaques Wagner assinará um decreto que simplifica o processo de regularização e de titulação das terras da agricultura familiar, permitindo o acesso ao título definitivo de posse para milhares de trabalhadores.
Documento – De acordo com Cezar Lisboa,secretário de Relações Institucionais (SERIN) a assinatura depende apenas de ajustes jurídicos no documento. Segundo a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), 8,7 mil títulos de posse devem ser entregues a agricultores familiares nos próximos meses.
Antes de realizarem o Grito da Terra Bahia, no mês de abril promoveram o mesmo ato em Brasília promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Por: Raimundo Mascarenhas