O juiz da Comarca de Conceição do Coité Gerivaldo Alves Neiva é muito favorável a manifestação pacífica, tanto que esteve no inicio da semana ao lado da filha Ana Clara nas ruas da capital baiana e portando cartaz deu sua contribuição a maior manifestação popular do Brasil depois do Impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo em 1992.
Ao tomar conhecimento das articulações que vem sendo feitas para levar a maior quantidade possível de pessoas as ruas de Coité, o magistrado que é natural de Irecê e que adotou Coité como sua segunda terra, onde reside a cerca de 15 anos, envia mensagem aos conterrâneos que pode ser lida na íntegra
Amig@s,
Sei que vcs estão organizando uma manifestação nesta sexta (21/06) em Coité. Fiquei muito feliz com a ideia e renovo um pouco a esperança de que um dia ainda viveremos em um país/estado/cidade mais justo e solidário.
Gostaria muito, mas não posso estar aí no meio de vcs. Afinal, alguém precisa ser o Juiz desta cidade. Rssssss
Não estarei fisicamente, mas estarei atento e cuidando para que tudo transcorra com a beleza que deve ser uma manifestação com a presença de crianças, adolescentes e adultos sonhando com um mundo melhor para todos nós.
Sei que nossa cidade tem sérios e históricos problemas e que não existe mágica para resolvê-los em um piscar de olhos ou como resposta a uma passeata. De outro lado, é preciso que o poder público saiba que o povo está atento e exigindo seus direitos.
Em Coité, por exemplo, temos problemas os mais diversos na cidade e na zona rural. Dentre os mais graves, vejo que a saúde e as agressões ao meio ambiente sejam dos mais urgentes. Como vcs sabem, o povo desta cidade está sofrendo com a precariedade do serviço público de saúde e o formoso Açude Itarandi transformou-se na fossa pública da cidade.
Sem querer me intrometer e já intrometendo, talvez sejam dois problemas que envolveriam todas as pessoas, sem partidarismos ou ideologia, em uma luta pela melhoria do sistema de saúde e pela recuperação do Açude Itarandi.
Conversei pessoalmente com o comandante local da polícia militar, o Capitão Lessa, e lhe deixei claro sobre o papel preponderante da polícia militar: garantir o direito de manifestação e a segurança dos participantes. Evidente que também compartilhamos outras preocupações com relação ao desafio de conciliar a passeata com a feira-livre (sexta é dia de feira em Coité!), a importância de ser a polícia militar informada previamente do roteiro da passeata e, principalmente, preservar o patrimônio do povo. Afinal, a luta de todos deve ser pela construção de uma cidade mais bonita e humana, e não para destruir o pouco que já temos.
Por fim, parabéns pela iniciativa, boa manifestação a todos e contem sempre comigo.
Da redação