O município de Queimadas no Território do Sisal mais uma vez vive a polêmica do crime ambiental, depois que o gestor ambiental Antônio Batista autorizou arrancar cerca de 15 árvores das margens da BA 120, próximo ao contorno de acesso a cidade, a pedido de um empresário que iniciou a construção de um posto de combustível. A ação deixou a população indignada que mobilizou a câmara municipal para que seja justificado o motivo dessa atitude do servidor público.
Vereadores de oposição estão se organizado para levar o problema ao Ministério Publico e todos os órgãos que atuam na defesa e preservação do meio ambiente, segundo eles, para punir o responsável e buscar esclarecimentos junto ao prefeito municipal se o mesmo autorizou ou não a derrubada das árvores.
Segundo o presidente da Câmara Lázaro José (PT) foi uma atitude arbitraria por parte do responsável por autorizar a derrubada das árvores na véspera do dia do meio ambiente.”A gente ouve a todo dia campanha chamando a atenção para evitar o desmatamento, ou pedido para que se plante arvores, aqui em Queimadas se arranca 15 de uma só vez para beneficiar a um empresário que pretende instalar um posto de combustível, isto não é possível”, lamentou o presidente.
O vereador Neto (PT) disse que o crime ambiental chocou toda a população da criança ao idoso, “os estudantes nos procuraram e pediram para que nós que representamos o povo, possamos buscar explicação e justificativa para esse crime ambiental, pois não tiveram o “desconfiometro” de arrancar as árvores na semana do meio ambiente. Não temos nada quanto à instalação do posto, a nossa revolta é a derrubada das arvores”, lamentou Neto.
Mário Reges (PTN) outro vereador de oposição que saber do prefeito Tarcísio se ele foi convivente com a atitude do gestor ambiental. “Tarcísio nega ter autorizado a derrubada das árvores, não entendo porque foi visto e fotografado maquina e caçamba da prefeitura recolhendo os troncos cortados das árvores em um espaço privado” questiona.
Segundo os edis as árvores arrancadas foram plantadas em 1997 na gestão de Maurinho.
Versão do prefeito Tarcísio Pedreira e Antônio Batista sobre o caso
O CN procurou o prefeito Tarcísio Pedreira (PR) a fim de buscar esclarecimentos e sua opinião sobre o assunto, ele garantiu que não autorizou Totonho como é conhecido o gestor ambiental a mandar arrancar as árvores.
“ Há 20 dias o presidente Lázaro me ligou informando que tomou conhecimento de que aconteceria a derrubada das arvores e eu disse que não, não iria permitir isso sem passar por órgãos competentes principalmente pela câmara e comuniquei a minha equipe que não agisse de tal forma, no dia que aconteceu a derrubada das arvores eu sair cedo para Salvador e quando lá estava recebi vários telefonemas de pessoas lamentando o corte das arvores. Fiquei transtornado, pois não foi com minha autorização, liguei para os secretários de meio ambiente e da agricultura e me disseram que também não autorizaram, só me restou o contato com o gestor Totonho que me justificou que fez tudo dentro da lei”, contou Tarcísio que se mostrou contrario a derrubada das árvores e disse que irá obedecer a lei e cumprirá a determinação do Ministério Público.
Quanto ao registro fotográfico de maquinas trabalhando numa área particular, o prefeito disse que aconteceu de forma natural, “as árvores cortadas viraram lixo e a prefeitura agiu como qualquer coleta”, justificou.
O gestor ambiental Antônio Batista disse está muito firme na decisão e que se tivesse de voltar atrás seria apenas para avisar a Tarcísio da arrancada das árvores. “ Eu isentei Tarcísio durante entrevista a uma radio local e autorizei o presidente Lázaro a me denunciar no Ministério Publico. Antes estudei a legislação ambiental do município artigo 57 do inciso 3 e 5 que trata da requalificação de áreas urbanas e melhoria ambiental e fiz tudo baseado nisso e nos meus três anos de faculdade”, falou o gestor.
Ainda segundo o ambientalista a construção do posto foi liberada pelo Instituto do Meio Ambiente da Bahia – INEMA no dia 29 de maio deste ano e precisaria também da liberação do município em relação a abertura da área, e analisou muito antes de decidir pela retirada das arvores e ao observar que por lei já existia certa irregularidade quando estava a cerca de cinco metros da pista quando o recomendado é 20 metros, observou que, se vai ter um posto é preciso preservar a vida humana e com as árvores naquele local poderia ocorrer graves acidentes por tirar a visibilidade dos motoristas, e citou também que a algaroba não é árvore em extinção, não é de proteção permanente e nem da mata ciliar.
“O que talvez as pessoas que estão criticando não sabem é que foi liberado o alvará para construção, mas o alvará para funcionamento só acontecerá mediante cumprimento de acordo firmado entre o proprietário do posto e a prefeitura, que é o replantio de 80% das arvores no mesmo local só vai alterar a distancia da pista, pois seguirá o que pede a lei e ganhará pavimentação nas imediações por conta do empresário”, esclareceu Batista.
Totonho concluiu dizendo que a sua decisão teve impactos negativo e positivos. Negativo: corte das árvores; positivo: recomposição no mesmo local, social e econômico com a geração de emprego e renda, além de tributos e melhoria ambiental, visibilidade, e acima de tudo preservação a vida, o que ele disse que mais pensou ao tomar a decisão.
Em 2010 o município debatia a derrubada dos gigantescos eucaliptos do centro do distrito de Riacho da Onça. Na ocasião aconteceu audiência pública para decidir a manutenção ou não das árvores que acabaram sendo cortadas por estar oferecendo perigo à população.
Em 1997 o então prefeito Maurinho foi multado por derrubar árvores na Praça da Bandeira quando fazia a reforma da mesma.
Da redação CN