Carinhosamente chamada de “Orquestra do Sertão” pelos diretores da CESE, a OSA recebeu bastantes elogios pela atual presidente da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Eliana Rolemberg e de todo o público que apreciou a orquestra. A sessão especial foi realizada pelo mandato da deputada Neuza Cadore (PT), que com a casa lotada, não por deputados, mas por lideranças e pessoas ligadas aos movimentos sociais convidou a Orquestra Santo Antônio para abrilhantar a sessão, intercalando os discursos e homenagens dos convidados, com músicas que foram de Bach a Luiz Gonzaga.
“A experiência foi muito boa, e não teve como não se emocionar ao ouvir as grandiosas palavras do Cacique Babau no plenário da câmara. Ele mostrou que precisamos nos politizar a cada dia e lutar por nossos direitos” disse o violoncelista André Alves, 15 anos, após ouvir o pronunciamento fervoroso e de duras críticas a atual conjuntura política nacional. O Cacique disse que estão rasgando a constituição, promovendo uma situação desumana com os povos indígenas. Ele citou em especial a comunidade de Buriti no Mato Grosso do Sul que está vivendo dias de sofrimentos, assim como diversos outras tribos. Ele falou ainda da histórica luta dos índios por suas terras e citou a usina de Belo Monte, como um exemplo de ofensivas ações do governo para destruir o que vem sendo construído de direitos dos mesmos.
Foi um momento, sem dúvida, de aprendizado, onde se percebe o quanto ainda temos de preconceito com todas as minorias. Tudo isso é decorrência da nossa formação falha, elitizada, pautada no sistema capitalista burguês, onde a educação sempre foi tratada como mercadoria. Desde a invasão das nossas terras e posteriormente a colonização de forma escravizadora dos índios e africanos, ao longo de toda história, foi depositado estereótipos para legitimar o preconceito na imagem dos Índios e negros no Brasil.
O sessão especial, contou ainda com interessantes depoimentos de vários fundadores e parceiros da CESE como o membro fundado da direção nacional do movimento dos trabalhadores rurais sem terra – MST, João Pedro Spedille; Anivaldo Padilha – coordenador do grupo de trabalho sobre igrejas na comissão da verdade sobre a ditadura militar; e a ministra Luiza Bairros, secretária de políticas de promoção da igualdade racial, e outros brasileiros e estrangeiros que lutam por direitos desenvolvimento e justiça.
A participação de alguns integrantes da jovem orquestra coiteense se deu em dois momentos, no culto ecumênico realizado pela manhã na cúria bom pastor e na sessão da câmara na ALBA.
Fonte: OSA/Fotos: Robinson de Almeida