Hospitais municipais com até 30 leitos passarão a receber recursos do Governo do Estado, além de apoio técnico e institucional, a partir da política estadual para hospitais de pequeno porte, lançada pelo governador Jaques Wagner nesta quarta-feira (12), no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, durante o seminário de ‘Articulação Interfederativa no SUS’, organizado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).
Na ocasião, a Bahia passa a fazer parte também do sistema de Telessaúde, do governo federal, que inclui capacitação de profissionais da área no interior, por meio do Ensino a Distância (EAD). O evento, que começou na terça (11) e terminou na quarta, reúniu secretários de saúde da maioria dos municípios baianos.
O governador destacou que o município é o elo mais fraco da cadeia federativa, assunto do seminário. “Com esta nova política, melhora a saúde das pessoas e o funcionamento do Sistema Único de Saúde [SUS], a partir do fortalecimento desta rede de pequenos hospitais, que é fundamental”.
A partir do lançamento, os pequenos hospitais municipais que recebem mensalmente, do governo federal, R$ 1.473 por leito, passarão a receber R$ 3 mil, com a complementação de recursos do Estado. “Os pequenos hospitais hoje, geralmente, são de baixa resolutividade, gerando demanda desnecessária em hospitais maiores das cidades polo. Com esta nova política, vamos proporcionar um reforço às Unidades de Saúde da Família e reduzir a demanda nos hospitais maiores”, afirmou o secretário da Saúde, Jorge Solla.
Adesão e obstetrícia
A diretora de Atenção Especializada da Sesab, Alcina Romero, informou que atualmente 46 unidades hospitalares baianas são beneficiadas pelo convênio e outros 180 hospitais já estão aptos a fechar o contrato. Segundo ela, os gestores de hospitais municipais de cidades de até 30 mil habitantes e que possuem até 30 leitos, podem enviar ofício à Sesab solicitando adesão à nova política.
Além dos recursos, explicou Alcina, o Estado vai proporcionar a contratação, para cada um destes pequenos hospitais, de um enfermeiro obstetra para apoiar o parto humanizado. “O que a Sesab pretende é uma mudança de modelo em relação ao parto normal. Grande parte destes hospitais pequenos não realiza mais parto. Não temos mais crianças nascendo nos pequenos municípios. Com estes profissionais, haverá uma interlocução com a atenção básica do município, acompanhando o pré-natal das usuárias sem precisar viajar”.
Gestão hospitalar
A diretora disse ainda que os hospitais poderão contratar, por meio do Estado, apoiadores de gestão hospitalar, para melhorar a eficiência das unidades. “Os municípios pequenos têm dificuldade de pessoas capacitadas e especialistas em gestão hospitalar. Esperamos ter um padrão mínimo de hospitais de pequeno porte, contribuir com a organização dos sistemas regionais de atenção principalmente da urgência e obstetrícia”.
Serviços oferecidos pelo Telessaúde
Nos sistema de Telessaúde serão investidos R$ 10,6 milhões, entre recursos estaduais e federais. “É um projeto desenvolvido pelo governo federal, usando recursos de internet, que vai possibilitar ao profissional da atenção básica a oportunidade de consultar um especialista, tirar uma dúvida, ter acesso a processos de qualificação permanente da assistência prestada e assim melhorar a qualidade e a resolutividade da atenção básica da Bahia”, enfatizou Jorge Solla.
O Telessaúde oferece, aos trabalhadores das redes de atenção no SUS, os serviços de Teleconsultoria (para esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho), Telediagnóstico (que utiliza as tecnologias de informação e comunicação para realizar serviços de apoio ao diagnóstico), Tele-educação (composto por conferências, aulas e cursos, ministrados por meio da utilização das tecnologias de informação), e Segunda Opinião Formativa (uma resposta sistematizada, construída com base em revisão bibliográfica, nas melhores evidências científicas e clínicas, selecionadas a partir de critérios de relevância e pertinência em relação às diretrizes do SUS).
Fonte: SECOM