Costumo sempre falar nas minhas aulas que o aluno de cursinho que possui a maior chance de passar no vestibular é aquele que na época do ensino médio era “fraco”, “ruim” ou “péssimo”.
Aquele que sentava só no fundo para poder dormir, que ia tão pouco a aula e por isso não lembrava direito o nome do professor, que sabia mais sobre vídeo game, namoradas, festas do que qualquer outro assunto relacionado com o colégio, que entendia todas as regras dos mais diversos jogos, que era periodicamente colocado para fora de sala pelo professor. Esse é o tipo de aluno que passa nas provas de vestibular e com maior facilidade. Às vezes passa de primeira.
Já o aluno bom, aquele que só sentava na frente, chegava cedo nunca se atrasava e ainda guardava lugar para os colegas também considerados alunos bons, que lia todos os livros que o professor indicava que só tirava 10 e ainda olha com certo desprezo o aluno “ruim” e que os excluía, este passa, mas pense no trabalho que dá.
E antes que comecem a me atirar pedras, me permita dizer que se trata de uma constatação sociológica. Faça um exercício mental. Lembre-se dos alunos mais bagunceiros de sua turma de ensino médio, aquele que você tinha certeza que não sequer ia terminar o ensino médio. Agora se lembre dos alunos bons queridinhos dos professores. Qual deles passou mais rápido no vestibular? Qual dos dois está crescendo a passos largos na universidade?
Caso você tenha chegado a conclusão que são os primeiros, você deve estar se perguntando por que isso acontece.
Não sou especialista em semiótica educacional, mas tenho uma idéia empírica, abstraída do meu dia dia extraída de sala de aula.
O bom aluno sabe demais e por isso briga com a prova. O vestibular não é lugar para filosofia tampouco para impor aquilo que você acha ser mais certo ou mais lógico, mas sim para responder exatamente aquilo que a banca quer que seja respondido. Fugir disso é pedir para não passar. Caso a CONSULTEC a titulo de exemplo queira que você diga que 2+2 é = a 5 então você vai dizer.
“Mas espera aí professor, todo mundo sabe que a resposta é 4”. Isso é o que o aluno bom vai dizer de cara. Ou: “Eu não posso responder isso sabendo que está errado, a banca vai ter que mudar o gabarito”. Ou ainda: “Essa prova tem que ser cancelada”.
Sabe o que o aluno ruim pensa: “espere aí, eu escutei o professor do cursinho dizer que era pra marcar 5”. Sabe o que ele faz? Marca a alternativa que tem a resposta 5. Sabe o que acontece? Ele acerta a questão e o aluno bom errou.
Vejo isso acontecer demais com meus alunos de cursinho e colégio.
Para quem não captou ainda, é lógico que estou usando a expressão aluno ruim no sentido caricato do termo. Minha intenção é mostrar que o mais importante não é a quantidade do que você estuda, mas sim o foco em relação a seu objetivo. De nada adianta estudar horas a fio se a forma ou conteúdo de seus estudos não estão adequados à realidade da prova que você vai fazer. É cansar a mente e perder tempo.
Quantas vezes já escutei a frase: “ eu me matei de estudar, estudava 10 horas por dia e não passei nesta prova. Como isso é possível? Muito simples: seu estudo não foi direcionado para o tipo de prova que fez.
Não estude para o vestibular afim de se intelectualizar ou para questionar o que está na prova, lembre-se você ainda não está na Universidade. Estude com o objetivo de passar, sei que este fim é um tanto quanto propedêutico, mas é a tua necessidade no momento. E lembre-se, a prova não foi feita para concordar com tuas idéias, você que deve concordar com as idéias da prova.
Professor: André Luiz – Acadêmico de Direito